Conhecimento e manejo tradicional de Caryocar coriaceum Wittm. (Pequi) na Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SOUSA JÚNIOR, José Ribamar de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Botânica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4837
Resumo: O uso e manejo de espécies vegetais por ação humana podem levar a modificações na estrutura genética das populações vegetais que pode ser assentada pela manipulação das variações morfológicas dessas populações através da seleção artificial, culminando no processo evolutivo denominado domesticação. Esse processo ocorre naturalmente, pois reflete a relação do homem com a espécie da qual ele se utiliza para atender as suas necessidades vitais, tais como alimentação e obtenção de renda. Plantas submetidas em diferentes regimes de manejo no tempo podem apresentar variações morfológicas entre e dentro de populações, e serem inclusive reconhecidas pelas pessoas como variedades. O presente estudo objetivou estudar o conhecimento tradicional e a influência de práticas locais de uso, coleta e manejo sobre as populações de Caryocar coriaceum Wittm. (pequi) na chapada do Araripe no Nordeste do Brasil. O estudo foi delineado para responder as seguintes perguntas: a) Há diferenças fenotípicas entre as populações de C. coriaceum submetidas a diferentes regimes de manejo local da paisagem? B) Caso existam tais diferenças, estariam elas associadas a preferências locais dos coletores? Nesse sentido, realizou-se um estudo etnobotânico na comunidade de Cacimbas (S 07º 29' 36.9" W 39º 22' 02,6") Município de Jardim, Ceará. Entrevistou-se 40 coletores de pequi (C. coriaceum) com questões voltadas sobre o pequi. Realizou-se também um estudo da influência das práticas de manejo sobre as populações de C. coriaceum em três locais distintos de coleta (Porteiras, Baixa do Cão e Murici, que são área de cerrado). Em cada local se selecionou 12 indivíduos de pequizeiros dos quais foram coletados 20 frutos para análises morfométricas. Verificou-se que o conhecimento dos coletores sobre o pequi está bem distribuído entre eles. Não houve diferenças significativas entre gêneros e faixa etárias (definidas < 40 anos e ≥ 40 anos). O fruto foi a parte mais indicada com 100% das citações e a categoria alimentícia foi a de maior destaque. A principal forma de manejo foi a coleta de frutos. As áreas mais frequentes de coleta foram as de vegetação nativa. A médias obtidas foram comprimento do fruto (5.42 ± 0,35), peso do fruto (75.36 ± 9.97), espessura da casca (0,92 ± 0,04), comprimento da semente (3,21 ± 0,23), diâmetro da semente (2,67 ± 0,18), peso da semente seca (7,97 ± 2,54), fruto com polpa, “putamên”, (20,89 ± 6,12) e espessura da polpa (0,27 ± 0,03). Pode-se afirmar que o pequi (C. coriaceum) é uma fonte potencial de subsistência e geração de renda para populações humanas de Cacimbas, comunidade da região da Chapada do Araripe.