Guerreiros do mar: recrutamento e resistência de crianças em Pernambuco (1857-1870)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SILVA, Wandoberto Francisco da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4806
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar o recrutamento de crianças para as Companhias de Aprendizes da Marinha de Pernambuco, localizada no Recife, antes e, sobretudo, durante a Guerra do Paraguai, entre os anos o de 1857 a 1870. Esta foi uma das maneiras encontradas pelas elites e autoridades pernambucanas de inserir, de disciplinar e tirar cidades uma infância que precisava de cuidados e investimentos, tornando-se útil a si e ao Estado. O serviço militar na Marinha dava ocupação a um conjunto de menores que muitas vezes estava distribuído no espaço urbe, cometendo roubos, desordens ou insultando a ordem estabelecida. Retirados das cidades, essas crianças contribuíram para a formação de marinheiros e operários aos serviços da Armada imperial. Os conceitos de Biopoder e poder disciplinar de Michel Foucault tornaram-se imprescindíveis para a compreensão da emergência de novas posturas políticas e sociais do Estado brasileiro que foram analisados nesse trabalho. A dissertação foi elaborada a partir da análise das fontes documentais do Arsenal da Marinha de Pernambuco, especificamente as correspondências do Inspetor do Arsenal, que juntamente com as leis do Império brasileiro, os relatórios ministeriais e o auxilio das discussões temáticas e teóricas são os pilares desse estudo. Vale destacar, também, que nem todos os garotos desejaram ou se enquadraram na forte estrutura disciplinar comum aos estabelecimentos militares do período oitocentista. Essa foi uma questão que foi evidenciada nas fugas dos educandos das Companhias de Aprendizes ou na rejeição que os meninos, de diferentes idades, apresentaram a malha responsável pelo recrutamento militar.