O Professor Régio, o Bispo e o Ouvidor: distintos olhares sobre a educação em Recife (1759-1772)
Ano de defesa: | 2009 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4720 |
Resumo: | Os Professores Régios foram instituídos pelo Alvará de 28 de Junho de 1759, após a suspensão dos jesuítas responsáveis até então por pregar e confessar em todo território português com o objetivo de retirar da família e da Igreja a tutela sobre a educação da mocidade, passando-a para a Monarquia Portuguesa. Selecionados a partir de exames públicos, aqueles docentes deveriam ensinar, orientados pelas Instruções, publicadas por outro Alvará na mesma data de 28 de junho de 1759, os princípios que permitiriam a formação de um corpo de oficiais capazes de levar adiante o projeto político-administrativo de José Sebastião de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal. Este projeto propunha um maior controle das relações coloniais entre Portugal e Brasil a partir da segunda metade do século XVIII. Para percebemos como as medidas elaboradas nas mudanças pedagógicas repercutiram em Pernambuco, entre 1759 e 1772, escolhemos as ações em torno do Professor Régio Manoel da Silva Coelho por acreditarmos que a sua primazia como mestre régio e os seus registros em inúmeras cartas e ofícios nos possibilitam delinear a percepção sobre a educação antes e após as reformas da mesma. Além de Coelho, utilizamo-nos dos registros do Bispo de Pernambuco, D. Francisco Xavier Aranha, do Ouvidor, Bernardo Coelho da Gama Casco, das leis sobre as mudanças no ensino, com o intuito de percebermos em que sentido político, e não apenas pedagógico, aquelas alterações foram entendidas. Através da metodologia da Análise do Discurso, especificamente nos conceitos de Michel Foucault e de Norman Fairclough, compreendemos que os conflitos em torno das mudanças na educação tiveram diversos sentidos que impossibilitaram o seu pleno estabelecimento em Pernambuco na segunda metade do século XVIII. Tais sentidos estavam atrelados tanto à perspectiva que o Professor Régio, o Bispo e o Ouvidor detinham a respeito da instrução pública, quanto aos desdobramentos políticos que as alterações na educação poderiam acarretar para as representações de poder que os mesmos simbolizavam no quadro das relações entre Portugal e suas colônias no século XVIII. Neste sentido, a presente Dissertação insere-se nos recentes debates historiográficos, especificamente aqueles atrelados a António Manuel Hespanha, a respeito da prática administrativa no período colonial. |