Potencial aplicação do extrato de resíduo de seriguela (Spondias purpurea L.)/nanoZnO em filmes ativos à base de resíduo de mandioca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: CARNAVAL, Luana de Souza Cavalcante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Ciências Domésticas
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8206
Resumo: As embalagens plásticas sintéticas para alimentos são grandes responsáveis pela geração e acúmulo de resíduos descartados na natureza. Além disso, quantidades expressivas de resíduos agroindustriais ricos em substâncias relevantes são desperdiçadas. Portanto, uma embalagem biodegradável baseada em polímeros naturais de fontes renováveis, como o amido presente no resíduo de mandioca, é uma alternativa como biomaterial. E, aditivos como nanoZnO e os resíduos agroindustriais da seriguela podem melhorar as propriedades de barreiras e mecânicas desses filmes, além de conferir um caráter bioativo devido as atividades antimicrobiana e antioxidante. Assim, esse trabalho teve como objetivo produzir e caracterizar filmes à base da farinha dos resíduos provenientes do processamento industrial da mandioca (FRM), incorporados com nanoZnO e extrato do resíduo da seriguela, para aplicação como embalagens ativas. Na primeira etapa, o extrato dos resíduos de seriguela e o nanoZnO foram avaliados quanto à atividade inibitória contra os sistemas bacterianos de patogenicidade e virulência TTSS (Sistema de Secreção Tipo Três) e QS (Quorum Sensing) para Pseudomonas savastanoi, em que o extrato a 60% e o nanoZnO a 3% apresentaram os melhores resultados; à ação antibacteriana em que o extrato inibiu o crescimento de Clavibacter michiganensis pv michiganensis e Xanthomonas phaseoli, sendo esta última também inibida por nanoZnO; e à ação antifúngica contra Botrytis cinerea, confirmada para ambos. Na segunda etapa, os filmes foram produzidos sob três condições: controle (5% FRM e 2% glicerol), A (5% FRM, 10% extrato, 0,5% nanoZnO e 2% glicerol) e B (5% FRM, 20% extrato, 0,5% nanoZnO e 2% glicerol); e sua caracterização. Os filmes aditivados apresentaram uma baixa retenção dos fenólicos (< 3%). A solubilidade e a espessura não sofreram alterações significativas, mas todas as condições apresentaram barreira eficiente ao vapor de água (valores de 0,0004 a 0,004 g.mm/m2.h.kPa). Os filmes aditivados obtiveram maior % de intumescimento (A:112,02% e B:129,61%) que o controle (101,36%), e se tornaram mais escuros e opacos, de cor amarelo-avermelhada. O uso dos aditivos levou a reduções que chegaram até 99% para transmissão de luz na região visível, e na região UV baixas porcentagens foram encontradas (0,095 a 0,176%), revelando o potencial para proteção de alimentos suscetíveis à degradação oxidativa. A microscopia eletrônica indicou uma boa uniformidade dos filmes nas condições aditivadas. Quanto à ação antimicrobiana, os filmes foram capazes de causar inibição contra S. aureus e E. coli, sendo mais efetivos contra S. aureus. Assim, os resultados indicaram o potencial uso do amido como biomaterial, e do extrato de resíduo de seriguela e nanoZnO como aditivos bioativos.