As bonitezas da EJA : dos compassos e descompassos que (re)formam a cultura escolar da EJA em uma escola de Canoas/RS - notas autoetnográficas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cruz, Lucas Lopez da
Orientador(a): Bossle, Fabiano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/168786
Resumo: Esta dissertação de mestrado acadêmico teve por objetivo compreender a cultura escolar compartilhada na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na perspectiva teórico-metodológica da autoetnografia por um professor de Educação Física, em uma escola municipal de Canoas/RS. Para tal, fiz uso da Autoetnografia como desenho teórico-metodológico (CHANG, 2007; DENZIN, 2006; ELLIS, 2004; ELLIS; BOCHNER, 2000), por entender nesse a capacidade de ler a realidade e interpretar os significados compartilhados a partir de uma cultura a qual também pertenço. Sendo professor (FREIRE, 1978), busquei orientar o olhar a partir de um marco teórico que me auxiliasse a objetivar minha própria realidade, ao mesmo tempo que valorizasse as subjetividades que constituem essa cultura particular. Para buscar atender o objetivo desta pesquisa, me utilizei dos estudos de Paulo Freire como marco teórico. Em Freire (2015) pude compreender um “olhar” centrado nas relações de dominação que se dão constantemente no campo da educação e que permeiam a cultura escolar da EJA na referida escola, neste estudo, apresentada pelo nome fictício de escola Mangueira. O trabalho de campo se deu ao longo do ano de 2016, ano em que assumi as funções de vice-direção da EJA na escola Mangueira, e busquei, junto aos meus pares, desenvolver um projeto democrático de gestão. Fazendo parte da EJA da escola Mangueira como professor de Educação Física, ao longo dos anos de 2014 e 2015, compreendo que, mesmo estando na gestão, a minha formação seguiu pautando minhas relações e maneira como trato do objeto deste estudo. Como instrumentos de coleta de dados desta pesquisa, fiz uso da análise de documentos, da participante-observação, do diário de campo e dos diálogos. O trabalho de campo foi constituído por observações realizadas em pelos menos quatro noites por semana ao longo do ano, além da participação em reuniões de planejamento com a equipe diretiva da escola e com a gestão municipal da EJA no município de Canoas. Das relações com os professores, com os gestores, e com os alunos da EJA pude compreender que a cultura compartilhada da EJA da escola Mangueira é produto de relações que vão muito além dos muros da escola. É na valorização das histórias de vida de cada um dos sujeitos envolvidos que se produzem as aprendizagens mais significativas e, a partir dessas aprendizagens, é que se produz uma cultura marginal e de resistência. Através da busca por uma relação horizontal entre professores e alunos e da capacidade de enxergar-se no outro, é que pude compreender na EJA um espaço tão significativo na vida dos sujeitos que o constituem. Como palavras de importante significação na obra de Paulo Freire, a amorosidade (FERNANDES, 2016) e a humanização (FREIRE, 2015) nas relações geram uma luta esperançosa por parte dos homens e mulheres que fazem da EJA da escola Mangueira um espaço de participação social.