Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Rafael de |
Orientador(a): |
Veronese, Francisco José Veríssimo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/199052
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Resumo: |
Introdução:A Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) é um padrão de lesão glomerular que tem diferentes etiologias, podendo se apresentar de forma primária ou secundária a outras doenças. A GESF primária apresenta manifestações clínicas heterogêneas, especialmente em relação à resposta à terapia imunossupressora e progressão para doença renal crônica terminal (DRCT). Recentemente, formas hereditárias e as bases moleculares da genética da GESF têm sido definidas em associação com o gene NPHS2. O gene NPHS2 codificauma proteína denominada podocina, localizada na fenda diafragmática, necessária para a organização estrutural do podócito e manutenção do seu citoesqueleto. As variantes deste genecomop.R229Q, R138Qe pA242V são prevalentes com uma frequência que varia de 20% a 30%na GESF familiar e 1% a 30% na GESF esporádica, estando associados com síndrome nefrótica resistente a corticosteroides (SNRC). Ainda não foi determinado no sul do Brasil a prevalência dessespolimorfismos, assim como a sua correlação com aspectos de apresentação clínica, evolução e resposta ao tratamento. Objetivo:Determinar a prevalência das variantes dogene NPHS2 p.R229Q, pp.A242V e p.R138Qem pacientes portadores de GESF nas suas formas familiar e esporádica, correlacionado o genótipo específico com as diferentes formas de apresentação clínica, resposta ao tratamento imunossupressor e desfechos clínicos. Métodos:Estudo transversal de prevalência. Foram incluídos no estudo 40 crianças e 70 adultos com diagnóstico de GESF confirmada por biópsia renal. Foram avaliados idade 6 de surgimento da doença, síndrome nefrológica de apresentação, nível de proteinúria, taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) pela CKD-EPI (ml/min/1,73m2), resistência ao corticosteroide (SNCR)e desfechos clínicos. A genotipagem dos três Single Nucleotide Polymorphism(SNP) foi realizadapela reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR-RT), analisando-se duas variantes localizadas no exon 5 - p.R229Q (rs61747728) e p.A242V (rs61747727), e umavariante localizada no exon 3 –p.R138Q (rs74315342).A presença da variante foi correlacionada com a etnia, a forma de apresentação clínica, a resposta ao tratamento e aos desfechos renais. Resultados:Das 40 crianças analisadas, 8 (20%) apresentavam GESF familiar e 32 (80%) esporádica. Amediana de idade foi 15(10-21) anos e a idade de início dos sintomas de 6(2-11) anos.Nos adultos, a mediana de idade foi 47 (38-63) anos e a idade de início dos sintomas de 40 (27-50).Apenas 3(4,3%) apresentavam GESF familiar e 67 (95,7%) a forma esporádica.Quarenta e nove (70%) dos adultos e 36 (90%) das crianças tinham SNRC. Nos pacientes com menos de 18 anos, a presença dasvariantesfoi encontrada em apenas 2 (5%)comGESF esporádica (nenhum paciente com GESF familiar), um com p.R229Q e outro com p.A242V. Nos adultos,as variantes analisadas estavam presentes em 9 pacientes (12,9%), todos com GESF esporádica, sendo 4 com p.R229Q e 5 com p.A242V.Nenhum paciente apresentou a variante p.R138Q.Quando analisados os pacientes com menos de 18 anos não transplantados,não houve diferença estatística comparando pacientes com presença ou ausência da variante em relação à idade de início dos sintomas, proteinúria, função renal, uso de imunossupressão ou evolução para doença renal crônica terminal. Entre os adultos, nenhuma diferença foi observada também, apenas uma tendência de maior proteinúria ao final do seguimento (p=0,06) nos casos com as variantes.Comparando o uso prolongado de ciclosporina (> 3 anos) entre pacientes portadores das variantes (n=4, 36,4%) e aqueles sem variantes (n=17, 17,2%), não houve diferença estatítstica entre os grupos (p=0,124). Em relação à etnia,17% dos afrodescendentes eram portadores das variantescontra 8% dos pacientes caucasianos (p=0,184).Todos os pacientes portadores da variante p.R229Q eram brancos, e 67% dos portadores da variante p.A242V negros. Conclusão: Nesses pacientes portadores de GESF familiar ou esporádica, a prevalência das variantes p.R229Q e p.A242V em crianças foi 5% e em adultos 12,9%; nenhum paciente apresentou a variantep.R138Q. Não houve associação da presença das variantes do gene NPHS2 com etnia ou dependência do tratamento imunossupressor com ciclosporina. |