Estudo do comportamento ingestivo em suínos e cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Bruna Cristina Kuhn
Orientador(a): Trevizan, Luciano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/232260
Resumo: O estudo avaliou o comportamento ingestivo de duas diferentes espécies, com o objetivo de compreender os mecanismos comportamentais e fisiológicos que controlam a ingestão de alimentos em suínos e cães. O comportamento alimentar de 70 suínos foi acompanhado durante 84 dias em dois sistemas de alimentação: convencional e de precisão. O conjunto de dados coletados se caracterizou por possuir múltiplas variáveis e, portanto, foi utilizado um procedimento de filtragem de informações. O critério para delimitar a refeição foi definido com base na probabilidade de um animal iniciar uma refeição no próximo minuto em relação ao tempo despendido desde a última refeição. Correlações prandiais foram definidas entre o tamanho da refeição e o intervalo antes da refeição (pré-prandial) ou após a refeição (pós-prandial) através da análise de correlação de Pearson. Verificou-se que os suínos possuem diferentes tipos de regulação para início de uma refeição (correlações prandiais), tanto na alimentação convencional, quanto no sistema de precisão. Os mecanismos de regulação da fome (pós-prandias) apresentaram correlações mais fortes que os de saciedade (pré-prandiais), ou seja, a quantidade de alimento ingerido em uma refeição influencia no intervalo até a próxima refeição. Além disso, estas correlações diminuem com o aumento da idade dos animais. Os resultados deste estudo também demonstraram que durante a noite houve uma maior probabilidade dos animais iniciarem uma nova refeição após longos intervalos pós refeição. Em animais mais jovens a probabilidade de iniciar a refeição foi maior e em relação ao efeito dos programas de alimentação, os suínos do programa convencional apresentaram probabilidade menor de iniciar uma refeição com base na última refeição. No segundo estudo, foram utilizados 12 cães da raça Beagle durante 60 dias. Os cães foram alimentados sob três diferentes programas alimentares: T1 – duas refeições ao dia com 50% da necessidade energética diária, com 12 horas de intervalo; T2 – uma refeição dia, com toda a necessidade energética diária; e, T3 - alimentados uma vez a cada dois dias, com toda energia necessária em uma única refeição. Amostras de sangue foram coletadas nas horas 0 (antes da alimentação), 12, 24, 36 e 48h (após a primeira refeição). Os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e da energia foram comparados entre os programas alimentares. Cães alimentados a cada 2 dias perderam peso em relação ao demais e apresentaram maiores concentrações de ácidos graxos livres no plasma (P < 0.0001). Os diferentes programas de alimentação não interferiram na digestibilidade de nutrientes e energia (P > 0.05). Isso sugere que os programas alimentares interferem apenas sobre a metabolização dos nutrientes, aumentando o turnover dos lipídeos, que aumenta o gasto energético, e leva a perda de peso. O comportamento ingestivo foi afetado por fatores extrínsecos e intrínsecos: no estudo de suínos, a idade, o ritmo circadiano e os diferentes programas de alimentação tiveram efeito; no estudo com cães os programas alimentares afetaram a metabolização da energia.