Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sganzerla, Giovana Coghetto |
Orientador(a): |
Almeida, Rosa Maria Martins de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/267060
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Resumo: |
A adolescência é um período de importante desenvolvimento cerebral e, apesar de ser considerada uma fase de oportunidades, o aumento da neuroplasticidade neste período também torna o cérebro mais vulnerável a estressores. A presente dissertação de mestrado aborda a investigação sobre os efeitos da exposição à violência na capacidade de inibição na adolescência. Compreender o impacto deste fenômeno pode contribuir com a produção do conhecimento científico para orientar e aprimorar intervenções preventivas e de remediação, além de elucidar aspectos comportamentais e cognitivos envolvidos na capacidade de inibição, que estão associados à agressividade e perpetuação de atos violentos na sociedade. Este trabalho é composto por dois estudos que objetivaram avaliar controle inibitório e impulsividade em adolescentes expostos à violência. O primeiro estudo refere-se a uma revisão sistemática que buscou analisar os estudos já existentes sobre o tema com o intuito de identificar quais os efeitos da exposição a diferentes tipos de violência no controle inibitório e impulsividade; quais instrumentos foram utilizados para a avaliação destas variáveis neste público; e quais demais desfechos podem estar relacionados à exposição à violência no desenvolvimento. No segundo, foi realizado um estudo empírico com 107 participantes de 10 a 17 anos de idade com objetivo de avaliar controle inibitório e impulsividade e sua relação com a exposição à violência. O estudo também se propôs a avaliar a presença de sintomas psicopatológicos e características sociodemográficas e sua relação com os níveis de exposição à violência. Os instrumentos utilizados foram: dois questionários de levantamento do histórico clínico dos participantes, questionário sociodemográfico, Juvenile Victimization Questionnaire (JVQ-R2), Barratt Impulsiveness Scale-Youth (BIS-11), Teste dos Cinco Dígitos (FDT) e Go/No-Go App Test (Auditivo-Verbal e Visual-Motor). Ambos estudos apontaram associações significativas entre exposição à violência e impulsividade, sugerindo que quanto maior o nível de exposição à violência, maior o nível de impulsividade em adolescentes, confirmando a hipótese esperada. O segundo estudo mostrou associação significativa entre o escore total da BIS-11 (p=0.006; r=0.26), impulsividade atencional (p=0.007; r=0.26) e motora (p=0.027; r=0.21) e pontuação total do JVQ-R2. Entretanto, no estudo empírico, não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre exposição à violência e controle inibitório, exceto em relação aos escores de erros do Go/No-Go App Test Auditivo-Verbal, que denotou associação significativa com o escore total do JVQ-R2, porém correlação negativa (p=0.046; r=-0.193). Estes achados divergem dos resultados encontrados a partir da revisão sistemática, cujos estudos afirmam associações desta variável com exposição à violência, indicando presença de prejuízos executivos. Em suma, os estudos apontam associações entre exposição à violência e maior nível de impulsividade em adolescentes, mas divergem em relação ao controle inibitório. |