Fenótipo ampliado do autismo, habilidades comunicativo-pragmáticas e coerência central em familiares de crianças e adolescentes com e sem TEA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Endres, Renata Giuliani
Orientador(a): Bosa, Cleonice Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
QI
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/218045
Resumo: O fenótipo ampliado do autismo (FAA) tem sido definido como traços subclínicos que configuram a expressão fenotípica de uma suscetibilidade genética para o desenvolvimento do transtorno do especto autista (TEA). Entre os comportamentos investigados nesta área, estão os que se referem ao domínio cognitivo-linguístico, como as habilidades comunicativopragmáticas (HP) e as habilidades de coerência central (CC). A literatura tem apontado para a relação entre esses dois construtos na explicação das dificuldades sociais no autismo, uma vez que o uso da linguagem em contextos sociais (processamento comunicativo) requer a atenção para as informações mais relevantes de uma cena social ou discurso (coerência central). No entanto, ainda não existe consenso na literatura se as mesmas dificuldades encontradas em indivíduos com autismo se estendem aos seus parentes de primeiro grau. O objetivo do presente estudo foi comparar indicadores do fenótipo ampliado do autismo, habilidades comunicativo-pragmáticas e habilidades de coerência central em uma amostra de 26 pais e mães de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista e 26 pais e mães de crianças com desenvolvimento típico. Analisaram-se, ainda, as correlações entre os desempenhos nos instrumentos que avaliam estes constructos (FAA, HP e CC) e QI na amostra total. Os instrumentos utilizados foram o Broader Autism Phenotype Questionnaire (BAPQ), o Group Embedded Figures Test (GEFT), alguns subtestes da Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação (Bateria MAC) e a Escala de Inteligência Weschler Abreviada (WASI). Os resultados da comparação entre os grupos clínico e comparativo demonstraram que pais de crianças com TEA apresentam escores mais altos no BAPQ (que avalia FAA), têm QI verbal e total mais baixo e habilidades comunicativo-pragmáticas inferiores a pais de crianças sem TEA, mas não houve diferença entre os grupos em relação à coerência central (GEFT). Foram encontradas correlações positivas entre os escores nos instrumentos GEFT e subtestes da Bateria MAC. Também foram constatadas correlações entre o QI e as variáveis de coerência central (GEFT) e de habilidades comunicativo-pragmáticas (Bateria MAC), e entre o fenótipo ampliado do autismo (BAPQ) e as habilidades comunicativo-pragmáticas (Bateria MAC). Esses resultados não confirmam a hipótese de que parentes de pessoas com TEA apresentam uma "fraca" coerência central. Por outro lado, apontam para o QI como uma possível variável interveniente e confirmam a relação entre fenótipo ampliado do autismo e habilidades comunicativo-pragmáticas. Os achados do presente estudo indicam dificuldades em habilidades cognitivo-linguísticas (habilidades comunicativo-pragmáticas e QI) em 11 familiares de crianças e adolescentes com TEA, mesmo não tendo preenchido critério de FAA no BAPQ. Esse domínio pode ser um aspecto central específico do fenótipo ampliado do autismo em familiares de crianças e adolescentes com TEA.