Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bohn, Leonardo |
Orientador(a): |
Miguel, Lovois de Andrade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276896
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Resumo: |
A agricultura e a cidade relacionam-se intimamente desde suas origens. Assim como em boa parte do mundo, a agricultura empreendida atualmente em Porto Alegre evoluiu de acordo com os diferentes processos de desenvolvimento da sociedade humana e de sua relação com o meio natural e o urbano. Como resultado, o que se é uma rica diversidade de sistemas de produção implementados por diferentes grupos sociais em diversos espaços e territórios e com variadas motivações. No entanto, a incompreensão da complexidade deste fenômeno e de sua importância faz com que o mesmo venha enfrentando inúmeros obstáculos para sua manutenção e expansão no âmbito da cidade. Nesse sentido, a presente tese visa reconstituir a evolução histórica da agricultura em Porto Alegre/RS e compreender suas múltiplas formas e funções no contexto atual da cidade. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa qualitativa assentada nos preceitos da Teoria dos Sistemas Agrários com o intuito de analisar e descrever a dinâmica evolutiva da história agrário-urbana da região, identificar e caracterizar as diferentes tipologias de hortas urbanas existentes atualmente na cidade, evidenciar suas múltiplas funções e refletir acerca de seus principais desafios e potencialidades. A partir da operacionalização metodológica proposta, o processo histórico de formação da realidade estudada foi divido em cinco períodos: Sistema Agrário Indígena; Sistema Agrário Tropeiro/Estancieiro; Sistema Agrário-Urbano Colonial/Comercial; Sistema Agrário-Urbano Moderno, e; Sistema Agrário-Urbano Contemporâneo. Em seguida, realizou-se um estudo de caso, para o qual utilizou-se do conceito de Unidade de Produção Agrícola para se tipificar e caracterizar as modalidades de hortas urbanas mais representativas identificadas no contexto estudado. Logo, classificaram-se duas grandes tipologias de hortas, subdivididas em seis categorias: as hortas institucionais, que correspondem às hortas escolares, hortas em unidades de saúde, hortas em centros de assistência social, hortas em estabelecimentos prisionais e hortas em entidades não governamentais sem fins lucrativos, e; as hortas comunitárias. A fim de se apreender a multifuncionalidade destes sistemas, suas principais funções foram divididas em cinco dimensões ou áreas, ou seja, a utilização das hortas urbanas como: meio de soberania e segurança alimentar e nutricional; forma de ensino-aprendizagem e troca de experiências; espaço de convivência, terapia e bem-estar; integração e coesão social e geração de trabalho e renda, e; estratégia de conservação da biodiversidade e cuidado com a cidade. Em relação às dificuldades enfrentadas, as principais foram a escassez de recursos financeiros e materiais e a falta de apoio institucional e reconhecimento oficial por parte do Estado. Verificou-se, contudo, que apesar destes entraves, a integração entre as diferentes iniciativas existentes e a articulação das mesmas na esfera política têm atuado positivamente no fortalecimento do movimento de hortas urbanas como um todo na cidade. Diante do exposto, acredita-se que os resultados alcançados pela presente pesquisa tenham contribuído para um diagnóstico integrado e compreensivo desta complexa realidade, de maneira a auxiliar o desenvolvimento de ações mais eficientes e adequadas, bem como a elaboração e proposição de políticas públicas de incentivo e apoio. |