De placa e grelha : transformações dominoicas em terra brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Bahima, Carlos Fernando Silva
Orientador(a): Comas, Carlos Eduardo Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/134583
Resumo: De placa e grelha: transformações dominoicas em terra brasileira discute as transformações nos anos 1950 e 1960 dos elementos do esquema de estrutura independente tipo Dom-ino, o esqueleto ou ossatura constituído por conjunto de placas paralelas em balanço suportada por grelha de apoios pontuais que é fundamento explícito da arquitetura moderna brasileira de base carioca entre 1936 e 1945. O presente trabalho complementa e refina a revisão histórica e crítica da arquitetura moderna brasileira empreendida por pesquisa dentro do PROPAR-UFRGS com participação entre outros, do próprio autor com sua dissertação de mestrado, Edifício moderno brasileiro: a urbanização dos cinco pontos de Le Corbusier 1936-57 (2003). Considerando que uma estrutura não atende apenas cargas verticais, o trabalho deixa evidente a dificuldade de reduzir a função das paredes da arquitetura moderna à pura vedação. Ao mesmo tempo, mostra a progressiva mutação do sistema triarticulado que informa o pensamento de Lucio Costa. A inclusão de estruturas especiais e estruturas de paredes portantes para alternativas eventuais à estrutura tipo Domino, entendida como estrutura normal da arquitetura moderna, evidencia que o sistema tem um viés hierárquico. O trabalho mostra que esse viés se abala quando a arquitetura moderna triunfa no pós-guerra, com a parede portante assumindo importância equivalente ao apoio pontual. Desta forma, contribui para aprofundar o entendimento das continuidades e descontinuidades entre a arquitetura feita nos anos 1950 por Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy, baseados no Rio de Janeiro, e a arquitetura de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha, operando em São Paulo nos anos 1960. No primeiro capítulo, a tese examina os textos mais importantes de Rowe e Eisenman em torno do entendimento do esquema Dom-ino e das suas conexões com os 5 pontos e as 4 composições corbusianas. O segundo capítulo percorre a apreciação de Comas sobre o aporte teórico de Costa nos ensaios e memórias que inclui o exame da atribuição de paradigma ao esquema de placa e grelha e da definição de arquitetura com viés corbusiano como proposição inclusiva que leva à noção da arquitetura moderna como sistema triarticulado e que acolhe combinações híbridas. O terceiro capítulo é centrado no problema de expressão dos esforços horizontais suprimida na formulação estrutural dominoica e os problemas de estabilidade e rigidez desse esquema, acrescido de um inventário de pressões de natureza espacial e funcional que põem em crise o estatuto de paradigma da estrutura tipo Dom-ino tanto no período entreguerras quanto no pósguerra. Os dois capítulos seguintes abordam as transformações formais, em bases cariocas, que registraa ampliação da configuração dos apoios isolados e, em terra paulista, caracterizadas pelas empenas de concreto aparente que afetam o princípio de independência entre estrutura e vedação, desautorizam a associação categórica do apoio isolado a elemento estrutural, e da parede a elemento sustentado, de vedação. O sexto capítulo é estudo empírico comparativo que visa a verificar mais detalhadamente os processos formais e construtivos expostos de maneira ampla nos dois capítulos anteriores. Nas mutações sistêmicas do epílogo se reitera a crescente interdependência no pós-guerra entre o esqueleto independente tipo Dom-ino e planos de parede estrutural, atualizando as relações da cella-pronaos nos tempos grecoromanos em termos modernos de shear core-skeleton. A importância da parede estrutural se acentua considerando o predomínio de soluções híbridas na arquitetura moderna brasileira.