Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Tanize Mocellin |
Orientador(a): |
Indrusiak, Elaine Barros |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/201493
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Resumo: |
Teorias literárias e culturais têm, cada vez mais, demonstrado a centralidade do gênero narrativo. Durante o último século, o romance e o conto eclipsaram a poesia tanto como o que os escritores escrevem como o que os leitores leem. No entanto, discussões sobre narrativas literárias e suas traduções ainda são distorcidas por teorias e disciplinas q ue são muito mais apropriadas para a análise de formas poéticas. O objetivo desta dissertação é, então, abordar esse desequilíbrio instrumentalizando o tradutor literário em relação à narratologia a teoria que nos ajuda a entender, analisar e avaliar nar rativas. Neste encontro entre teoria da narrativa e estudos de tradução podemos discutir como capacitar tradutores e críticos para que elas/eles possam produzir e analisar traduções de romances e contos baseadas em critérios específicos do gênero narrativo . Fundamentando me na noção de polifonia de Bakhtin (1981) e na analítica de tradução de Berman (2000), proponho que o que distingue a narrativa de outros gêneros é sua refração discursiva , e que o maior desafio ao se traduzir o gênero narrativo é respeita r sua inerente multiplicidade de vozes, evitando homogenizações arbitrárias. Esta dissertação é estruturada em três capítulos. No primeiro, examino o progresso da tradução literária para entender por que a disciplina ainda não colaborou plenamente com os e studos da narrativa, apresentando trabalhos anteriores que já abordaram essa intersecção e discutindo qual é, em minha opinião, a tarefa do tradutor de narrativas literárias. O segundo capítulo consiste uma apresentação sobre a narratologia, disciplina ded icada ao estudo da lógica, dos princípios e das práticas da representação narrativa; aqui, foco em três aspectos que são mais intimamente ligados à questão da polifonia: o narrador (especialmente o discurso indireto livre), a (não)confiabilidade e a focalização. Essas três seções explicam o que são esses elementos, como eles funcionam e os problemas que colocam ao tradutor. No capítulo final, o conto Bliss , de Katherine Mansfield, é usado para exemplificar como o tradutor pode empregar, de maneira operacion al, essas ferramentas narrativas para ler, compreender, traduzir e analisar romances e contos, comparando a tradução de Bliss de César (1999), baseada em uma análise sobre polifonia narrativa, com outra tradução do mesmo texto feita por Cupertino (1991). E m conclusão, pretendo contribuir para uma aliança entre os estudos de tradução e narração, mostrando que a narratologia pode ser um modelo altamente produtivo para a criação de leituras e traduções mais diferenciadas, conscientes e produtivas. |