Prosa do coração, poesia do mundo: incorporação da lírica nos contos de Katherine Mansfield

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rabelo, Victor Coutinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-14022017-100146/
Resumo: Uma das principais peculiaridades que distinguem o conto de outras formas pertencentes ao gênero épico é o compartilhamento de certas características e procedimentos típicos da Lírica. Reflexões acerca desse hibridismo de gênero podem ser encontradas já na obra crítica de um dos mais ilustres iniciadores do conto moderno, o norte-americano Edgar Allan Poe, cuja priorização do efeito incutido pela narrativa e a preocupação em obter um tom e/ou um acontecimento singular que o transmitam ao leitor de forma contundente submetem o conto a diversas exigências internas que são mais comumente encontradas na Lírica, entre elas: a brevidade e intensidade da narrativa, a condensação tanto linguística quanto temática e uma perspectiva que se atém exclusivamente às próprias imediações. O lirismo na obra de Katherine Mansfield se manifesta principalmente através de meticulosos recortes temáticos que demonstram seu olhar atento aos detalhes mais ínfimos, do emprego de imagens e símbolos significativos e da posição cambiante de um narrador que frequentemente procura fundir sua perspectiva e seu próprio discurso ao das personagens principais. Para tanto, a autora recorre largamente à técnica do discurso indireto livre, que permite ao narrador se apropriar da voz de diversas personagens sem se limitar à perspectiva unitária da narrativa em primeira pessoa, o que confere à sua obra um grau ainda maior de subjetividade e, ao mesmo tempo, uma multiplicidade caleidoscópica dentro dos limites estritos do conto.