Caracterização do comportamento sexual, do som de corte e de um fragmento do gene period (per) de populações de Zaprionus indianus (Gupta) (Diptera: Drosophilidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Müller, Mário Josias
Orientador(a): Gaiesky, Vera Lúcia da Silva Valente
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17821
Resumo: Este trabalho apresenta a descrição do comportamento sexual e do som de corte do macho de populações geográficas da América do Sul da mosca africana Zaprionus indianus, juntamente com a caracterização de um fragmento do gene period (per) de Z. indianus e Z. sepsoides, relacionado, em Drosophila melanogaster, com o controle dos ciclos de som de corte. As seqüências destas espécies são comparadas com as de outras da subfamília Drosophilinae e utilizadas em reconstruções filogenéticas. Também é avaliado o polimorfismo populacional deste marcador nas populações de Z. indianus. O comportamento de corte de Z. indianus é mais simples do que o de espécies do gênero Drosophila, sendo a média de latência de corte de 1 min e 33 s, com mínima de 13 s e máxima de 6 min e 51 s, enquanto que a latência de cópula ficou com média de 2 min e 16 s, com mínima de 18 s e máxima de 6 min e 56 s, sendo que não houve diferença estatística entre os valores obtidos nas diferentes populações. O som de corte é formado por uma seqüência de pulsos monocíclicos, com freqüência fundamental intrapulso variando de 193,8 Hz a 269,17 Hz. Dois padrões de intervalo interpulso foram identificados e denominados como pré-cópula e "montado". O primeiro que precede a cópula (pré-cópula), apresentou um IPI com média de 0,2343 ms ± 0,0799 e maiores amplitudes, enquanto o segundo, geralmente mais longo, foi emitido quando o macho já está copulando com a fêmea ("montado"), com média de 0,3657 ms ± 0,1299 e amplitudes menores. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas médias de IPIs entre as três populações estudadas, entretanto foi detectada diferença estatística nas freqüências intrapulso entre todas as populações. Em relação ao gene per, Z. indianus e Z. sepsoides, não possuem uma repetição do dipeptídio treonina-glicina, característica de algumas espécies de Drosophila, porém Z. indianus apresenta 4 mutações silenciosas nesta região, formando dois haplótipos presente na maioria das populações amostradas. A AMOVA demonstrou uma estruturação geográfica da variância molecular entre os grupos populacionais do Sul, Sudeste e Nordeste. Já a comparação das seqüências de per entre espécies da subfamília Drosophilinae revelou várias sinapomorfias que na análise filogenética recuperam todos os grupos de Drosophila analisados, bem como a monofilia de Zaprionus. Contudo a monofilia dos subgêneros Drosophila e Sophophora não foram recuperadas. Os resultados do comportamento de corte, em especial a velocidade de acasalamento, podem ajudar a explicar a rápida dispersão de Z. indianus no continente sul-americano. As diferenças nas freqüências intrapulso entre as populações podem representar a primeira adaptação comportamental registrada desta espécie na América do Sul. Quanto ao gene per, as sinapomorfias encontradas, reforçam a relação do gênero Zaprionus com as espécies dos grupos immigrans, virilis e repleta, também indicada na reconstrução filogenética usando o método da máxima verossimilhança. Já em relação aos dois haplótipos de per encontrados nas populações colonizadoras de Z. indianus, suas distribuições eqüitativas pode ser resultado da recente e rápida expansão geográfica desta espécie.