Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Kohlrausch, Gisele Maria Klein |
Orientador(a): |
Antunes, Elaine di Diego |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/203225
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Resumo: |
O ensino superior no Brasil passou por grandes modificações ao longo da história, e a partir dos anos 2000, com fortes influências do neoliberalismo, ocorreu a mercantilização do ensino, sendo então orientado para atender as demandas do mercado (PAULA, 2009; LEMOS, DUBEUX, PINTO, 2009; NUNES, NEIRA, 2014). Essa pesquisa levantou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP dos últimos 16 anos – de 2001 a 2017 – e verificou um aumento de quase 157% no número de instituições privadas de ensino superior do Estado do Rio Grande do Sul. Porém, o crescimento no número de docentes foi de menos de 25%, e ao serem analisados somente os dados a partir de 2014, esse número já diminuiu 7%. Essas demissões vêm acontecendo semestralmente, fazendo com que os docentes tenham que lidar com o downsizing – processo de reestruturação organizacional que tem como objetivo otimizar a produção de trabalho com redução de custos, seja com cortes de pessoal, com congelamento das contratações ou com fusões (CALDAS, 2000). A forma com que o downsizing é conduzido e comunicado aos trabalhadores demitidos e também àqueles que permanecem na instituição é essencial para que se tenha êxito no processo de reestruturação (CALDAS, 2000; FERREIRA, TOMEI, 2006). Dessa forma, este estudo tem como objetivo analisar a problemática de como o processo de comunicação, em casos de downsizing do ramo de ensino superior privado, pode impactar os docentes demitidos, os demissores e os remanescentes. Para isso, foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo e de natureza exploratória. Foram efetuadas entrevistas em profundidade com a participação de nove docentes, sendo cinco demitidos, dois remanescentes e dois demissores – também caracterizados como remanescentes. A escolha dos entrevistados se deu por meio de amostragem em bola de neve, onde são utilizadas cadeias de referências dos sujeitos (VINUTO, 2014). Para a análise de conteúdo foram construídas as seguintes categorias: (i) Significação do Trabalho para o Docente, (ii) Momentos que Antecederam as Demissões, (iii) O Desligamento, (iiii) Depois das Demissões, e (iiiii) O Processo de Comunicação. Com base nos relatos dos entrevistados e à luz da literatura pesquisada, foi percebido que os docentes – demitidos e remanescentes – têm vivenciado um momento de muita insegurança na área da educação superior. A falta de comunicação das instituições contribui muito para esse sentimento, pois os critérios para escolha dos demitidos não é clara – em algumas instituições esse critério é totalmente desconhecido, em outras, se sabe que os maiores salários e as maiores titulações estão sendo decisivos no momento da definição daqueles que serão desligados. Em virtude disso, se criou um clima de competividade entre os docentes, além da intensificação do trabalho, com turmas maiores – o que demanda maior trabalho extraclasse – e com demandas que antes eram executadas por três profissionais sendo executadas apenas por um. A falta de perspectiva no ramo da educação superior ocasionada pelas constantes demissões tem feito docentes abandonarem a sala de aula ou diminuírem consideravelmente as horas dedicadas à docência, mesmo que a profissão tenha grande significado a eles. |