Prevalência de anticorpos IGG anti proteína do nucleocapsídeo e IGM anti proteína S de SARS-cov-2 após 6 meses do diagnóstico de covid-19 entre profissionais de saúde de hospital terciário e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fernandes, Fernando Schmidt
Orientador(a): Monticielo, Odirlei André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235979
Resumo: Base teórica: diversos testes sorológicos voltados para a detecção de anticorpos contra SARS-CoV- 2 estão disponíveis comercialmente e seu uso tem sido descrito principalmente na avaliação da taxa cumulativa de infecção. Prevalência maior do que 90% é reportada para IgG positivo em períodos tardios após o episódio de COVID-19, mas prevalência menor é observada para IgM. A capacidade de detecção de anticorpos pelos diferentes testes sorológicos disponíveis parece ser heterogênea, especialmente em períodos tardios após a doença. Profissionais de saúde constituem uma população em risco para infecção por SARS-CoV-2 e seu adoecimento impacta diretamente a capacidade de resposta dos sistemas de saúde. Objetivo: determinar a prevalência de teste sorológico para COVID-19 positivo entre profissionais de saúde diagnosticados com COVID-19 há 6 meses ou mais e avaliar fatores clínicos, demográficos e ocupacionais associados. Métodos: estudo transversal conduzido em hospital terciário brasileiro. Foram incluídos profissionais que tenham realizado teste sorológico 6 meses ou mais após o diagnóstico de COVID-19 definido por teste RTPCR (Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction) positivo. Características clínicas e resultado dos testes para detecção de IgG anti nucleocapsídeo e de IgM anti proteína S por imunoensaio de micropartículas por quimioluminescência (CMIA) foram obtidos em prontuário médico. Variáveis categóricas foram descritas em frequência e porcentagem e contínuas em mediana e percentis 25% e 75%. Foram calculadas as prevalências e IC 95% de testes IgG e IgM positivos. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para avaliar fatores associados a teste positivo por meio do cálculo de razão de prevalência (RP) e IC 95%. Foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados 339 indivíduos, com mediana de idade de 41 (34-49) anos, sendo 72,9% mulheres. Apenas 8,6% necessitaram hospitalização por COVID-19. A maior parte dos indivíduos exercia atividade assistencial (73,7%) e atuava em local de trabalho não dedicado a pacientes com COVID-19 (56,2%). O tempo entre RT-PCR positivo e a realização do teste sorológico foi de 30 (28,2-32,8) semanas. A prevalência de IgG positivo foi de 38,6% (IC 95%: 33,2-44) e de IgM foi de 37,7% (IC 95%: 32,6-42,8), com baixa concordância entre os testes (Kappa=0,28). Prevalência de IgG positivo foi maior em indivíduos com mais idade (RP para aumento de cada ano de vida: 1,03; 1,01-1,04) e entre aqueles com história de hospitalização por COVID-19 (RP: 2,02; 1,49-2,75). Prevalência de IgM positivo foi maior em indivíduos com maior índice de massa corporal (IMC) (RP para cada aumento de 1 Kg/m² de IMC: 1,03; 1,00-1,06). Quanto maior o tempo entre o diagnóstico de COVID-19 e a realização do teste sorológico, menor a prevalência de IgG (RP para aumento de cada semana após o diagnóstico: 0,94; 0,91-0,98) e de IgM (RP para aumento cada semana após o diagnóstico: 0,95; 0,91-0,99) positivos. Conclusão: a baixa soroprevalência de IgG anti nucleocapsídeo avaliada por imunoensaio de quimioluminescência de micropartículas resultou em subestimação da taxa cumulativa de infecção. Além disso, IgM antiproteína S como marcador de infecção recente pode levar a conclusões equivocadas, pois está presente por longos períodos após a infecção por COVID-19.