Síndrome paraneoplásica gastrintestinal e relação com o prognóstico em cães com mastocitoma cutâneo : estudo retrospectivo entre os anos de 2013 e 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ledur, Gabriela Reis
Orientador(a): Ferreiro, Laerte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/270476
Resumo: As síndromes paraneoplásicas (SPN) são um grupo heterogêneo de alterações e sinais clínicos não associadas as ações invasivas das neoplasias e/ou suas metástases. Rotineiramente, as SPN comprometem a condição clínica do paciente, aumentam a morbidade e mortalidade, contribuindo para um pior prognóstico e menor expectativa de vida. Na espécie canina o mastocitoma é um tumor cutâneo, frequentemente, associado a ocorrência de SPN graves, sendo a ulceração gastroduodenal (UGD) a principal delas. A fisiopatogênia da UGD ainda não é bem elucidada, contudo é sugerida uma associação com valores séricos elevados de histamina. Informações sobre a real incidência de SPN na Medicina Veterinária ainda são inconsistentes e, em se tratando dos mastocitomas, desconhece-se outros estudos relacionando a ocorrência de sinais clínico, valores de histamina e lesões gastrintestinais macroscópicas e microscópicas com intervalo livre de doença (ILD) e sobrevida (SV) em cães. Assim sendo, esta tese foi dividida em dois capítulos. O primeiro deles, trata-se de uma revisão de literatura sobre o mastocitoma cutâneo canino e alguns de seus fatores prognósticos mais utilizados. O segundo capítulo trata-se de um artigo original retrospectivo, no qual buscou-se observar a ocorrência de SPN e sua relação com intervalo livre de doença e sobrevida, pela revisão de prontuários e acompanhamentos ao longo dos anos de 2013 a 2020. Para tal foram avaliados 41 prontuários e, após seleção, foram incluídos 38 cães com diagnóstico histológico de mastocitoma. Todos os cães passaram por avaliação clínica, endoscópica e dosagem de histamina plasmática no momento do diagnóstico. Foi considerada SPN a ocorrência de sinais clínicos GI e/ou presença de lesão GI na macroscopia e/ou microscopia. Devido à falta de um ponto de corte em relação aos níveis séricos de histamina, optou-se por estratificar aleatoriamente estes valores em três subcategorias, buscando relacionar estas categorias com o ILD e a SV. Foram observados sinais clínicos em 57,9% dos casos, 68,4% apresentavam lesão macroscópica GI e 42,1% lesão GI microscópica. A mediana do valor de histamina plasmática foi de 0,01ng/mL e, aproximadamente metade dos cães (52,6%) apresentaram valores inferiores ao valor da mediana. O intervalo livre de doença teve uma mediana de 18,1 meses. Com relação a SV, ao final do estudo (dez/2020), 71,1% dos cães vieram a óbito e 28,9% estão em seguimento. Neste grupo avaliado, a análise estatística não foi capaz de demonstrar relação entre a ocorrência de SPN e valores de histamina plasmática e as variáveis de tempo livre de doença e expectativa de vida, todavia não se descarta tal hipótese, pois acredita-se que o perfil da população que em sua maioria foi composta por casos leves da doença, possa ter contribuído para estes resultados.