Aspectos patológicos de mastocitomas cutâneos com metástases em cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ribeiro, Paula Reis
Orientador(a): Pavarini, Saulo Petinatti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222467
Resumo: O mastocitoma é uma das neoplasias cutâneas mais frequentemente diagnosticadas em cães e possui comportamento biológico amplo, variando de tumores bem diferenciados a tumores com comportamento maligno e doença metastática disseminada. As principais localizações anatômicas das metástases em cães são pouco estudadas, principalmente devido à falta de realização de necropsia nesses casos. O objetivo deste estudo foi avaliar os principais sítios metastáticos de mastocitomas cutâneos caninos e descrever os aspectos macroscópicos e histológicos das metástases. Foi conduzido um estudo retrospectivo nos arquivos de necropsia do Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul de Janeiro de 2008 a Março de 2020 em busca de casos de mastocitomas cutâneos com metástases em cães. No período de 12 anos foram detectados 49 casos, todos classificados como mastocitomas cutâneos de alto grau. Os principais sítios metastáticos relatados foram os linfonodos (47/49; 95,9%), seguidos do baço (33/49;67,3%), fígado (29/49; 59,2%), medula óssea (20/49; 40,8%), rim (16/49; 32,7%) e coração (14/49; 28,6%). Outras localizações incomuns incluíram os pulmões (9/49; 18,4%), glândulas adrenais (4/49; 8,2%), músculo esquelético (4/49; 8,2%), osso (3/49; 6,1%), bexiga (2/49; 4.1%), próstata (2/49; 4.1%), esôfago (2/49; 4.1%), intestino delgado (2/49; 4.1%) e palato mole (1/49; 2%). Macroscopicamente, os linfonodos afetados apresentavam, em todos os casos, leve a acentuado aumento de volume, frequentemente com perda de distinção corticomedular. O padrão de metástase esplênica foi predominantemente caracterizado por esplenomegalia (28/33; 84,8%), por vezes associado a nódulos (13/33; 39,4%) e áreas puntiformes brancas (4/33; 12,1%). Hepatomegalia foi a principal apresentação macroscópica de metástase hepática (28/29; 96,5%), associada a áreas puntiformes brancas (9/29; 31%) e nódulos (2/29; 6,9%). Metástases renais eram caracterizadas por nódulos unilaterais ou bilaterais (9/16; 56,3%), áreas puntiformes brancas (3/16; 18,8%) ou palidez difusa do parênquima (1/16; 6,3%). O coração exibia nódulos na superfície epicárdica (6/14; 42,9%), palidez difusa (2/14; 14,3%) ou múltiplas áreas brancas no miocárdio (1/14; 7,1%). Nódulos metastáticos pulmonares foram observados em dois casos, enquanto nos demais sete cães as lesões eram apenas microscópicas e envolviam os vasos dos septos alveolares. Histologicamente, os linfonodos apresentavam obliteração do parênquima por mastócitos neoplásicos, os quais também estavam presentes nos seios medulares. No baço, as células neoplásicas estavam dispersas no parênquima (16/33; 48,5%), formando nódulos (10/33; 30,3%) ou difusamente distribuídas (9/33; 27,3%). No fígado, os mastócitos estavam principalmente nos sinusoides (24/29; 82,8%), formavam nódulos (10/29; 34,5%) e ocupavam espaços periportais (5/29; 17,2%). Nos rins e no coração, metástases intersticiais e nodulares foram observadas. Todas os mastocitomas apresentaram marcação imuno-histoquímica positiva para proteína KIT, com padrão de marcação KIT III em 29 casos (59,2%) e KIT II em 20 casos (40,8%).