Narrativas do inenarrável : memória e escrita em Passo de caranguejo, de Günter Grass, e Diário da Queda, de Michel Laub

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Munsberg, Gabriel Felipe Pautz
Orientador(a): Neumann, Gerson Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172379
Resumo: A dissertação teve como ponto de partida a recuperação de experiências traumáticas através de memórias individuais e consequentemente coletivas como base para a construção da própria identidade, tendo como corpus principal os romances Passo de caranguejo (Im Krebsgang, 2002), de Günter Grass, e Diário da queda (2011), de Michel Laub, visto que ambas são produções contemporâneas problematizam a escrita e a memória frente a eventos traumáticos, no caso, a Segunda Guerra Mundial e suas decorrências. A partir de textos literários e teóricos de diversos campos, buscou-se analisar comparativamente as representações em decorrência de traumas. Ou seja, a metodologia a ser utilizada neste projeto encontra-se em concordância com os estudos intertextuais, não se prendendo a limites teóricos, sejam eles literários ou não. Quanto ao corpus de pesquisa, as narrativas literárias apresentam a problemática da escritura sobre um evento traumático através das memórias de sobreviventes, porém com a narração ocorrendo através de uma geração afastada do epicentro, o que vem a causar um “esquecimento” por parte do narrador, além da fragmentação do texto e da suspeita por parte do leitor neste personagem que tem o poder da fala, traços típicos da literatura contemporânea Grass, em 2002, e Laub, em 2011, retomam o tema da Segunda Guerra Mundial, Estado Nazista e Shoá para pensarem o indivíduo do século XXI. Mesmo localizadas em espaços geograficamente distantes (Alemanha e Brasil), as narrativas demonstram a profunda relação entre passado e presente de seus personagens em função da Segunda Guerra e da incessante busca por suas origens identitárias. Ao considerarmos a necessidade da narração para a libertação das dores do mundo vil, a hipótese da escrita como exercício de compreensão do passado e do presente é confirmada em ambas as narrativas, perpassando o desenvolvimento de novas formas de expressão, incluindo a própria linguagem, a qual se mostra incompleta frente à realidade.