Não indígenas na educação indígena: um olhar para a branquitude na formação de universitários kaingang e guarani na UFRGS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Antunes, Cláudia Pereira
Orientador(a): Bergamaschi, Maria Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/252068
Resumo: A tese busca olhar para a branquitude, para os não indígenas, que são predominantemente brancos, na formação de estudantes universitários kaingang e guarani na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. A pesquisa que embasa a tese tem seus aportes nos estudos sobre a branquitude, os quais apontam a existência de discursos e mecanismos que atualizam e reproduzem persistentemente uma falsa ideia de supremacia branca e a sua contrapartida, a ideia falaciosa de uma inferioridade das populações indígenas e negras, assim como reservam privilégios aos primeiros em prejuízo dos demais. A tese também se nutriu teoricamente de publicações de estudantes indígenas da UFRGS, especialmente de trabalhos de final de curso. A pesquisa se assentou, por um lado, na análise de trabalhos de final de curso de graduação e dissertações de mestrado de estudantes indígenas que se diplomaram na UFRGS e, por outro lado, na aplicação de um questionário junto a docentes de cursos de licenciatura da mesma instituição. Através da pesquisa com docentes foi possível observar que, em que pese a disposição de muitos docentes para contemplar as especificidades de alunos indígenas, estes em geral contam com pouca formação e/ou poucas experiências com e sobre os povos indígenas. Também destaca-se que de modo geral tiveram pouquíssima convivência interracial com colegas, docentes e gestores em suas formações escolares e acadêmicas e também pouca ou mesmo nenhuma influência de autores não brancos nos seus estudos no ensino superior. Através da investigação, especialmente a partir das produções de estudantes indígenas, foi possível compreender que embora a instituição tenha um discurso inclusivo, as práticas no seu interior muitas vezes acabam se constituindo em ações assimilatórias/embranquecedoras, impondo currículos, padrões pedagógicos e burocracias que não contemplam as necessidades, conhecimentos, temporalidades e modos de vida dos estudantes indígenas, mas, ao contrário, impõem o modo de vida e o saber dos brancos, que historicamente são o grupo racial hegemônico na instituição.