Conhecimento, intencionalidade e funcionalismo semântico : desintelectualizando o espaço lógico das razões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Daniel, Jonatan Willian
Orientador(a): Carvalho, Eros Moreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/177565
Resumo: Wilfrid Sellars ficou conhecido por seus ataques ao empirismo e fundacionismo tradicionais em epistemologia e por desenvolver uma abordagem original aos problemas epistemológicos, que criou certa corrente filosófica que tem com seus principais desenvolvedores Rorty, McDowell e Brandom. Segundo essa corrente, o conhecimento, para ser bem compreendido, deve ser tomado como se dando no interior do espaço lógico das razões, no interior do espaço no qual transitamos ao oferecer e pedir por razões para aquilo que fazemos e acreditamos. Porém, essa visão acaba por se mostrar bastante intelectualizada, principalmente pela sua exigência de reflexividade para o conhecimento e por defender que a presença de estados intencionais seja dependente da posse de uma linguagem como a nossa Minha tese, neste trabalho, é que as posições tardias de Sellars sobre sistemas representacionais animais nos dão ferramentas para rejeitar seu nominalismo psicológico e desenvolver uma concepção menos intelectualista de conhecimento, mesmo que isso signifique abrir mão de uma análise completa do mesmo em condições necessárias e suficientes. Este trabalho é composto por quatro capítulos: no primeiro capítulo reconstruo o projeto filosófico inicial de Sellars para mostrar como a sua compreensão não relacional da semântica o levou a fazer a exigência de reflexividade para o conhecimento, sendo essa exigência uma das razões para a excessiva intelectualização de sua abordagem do conhecimento e comento algumas de suas consequências. O segundo capítulo avalia a defesa de McDowell da tese sellarsiana do conhecimento como se dando no interior do espaço lógico das razões das acusações de intelectualismo e conclui que ela incorre em petição de princípio ou circularidade. O terceiro capítulo avança a proposta de Brandom para assimilar o insight confiabilista numa epistemologia centrada na atividade de dar e pedir por razões, na tentativa de combater seu excessivo intelectualismo. A posição tardia de Sellars ajuda-nos a entender a presença de estados proposicionais em seres que não participam do jogo público de dar e pedir por razões, possibilitando uma concepção menos intelectualista de conhecimento. O quarto capítulo explora a distinção de McDowell entre “razão” e “razão enquanto tal” para alcançar uma noção de racionalidade menos intelectualizada, centrada naquilo que somos capazes de fazer em oposição ao que devemos fazer.