Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bitencourt, Isadora Annes |
Orientador(a): |
Vieira, Alessandra Jacqueline |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263261
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Resumo: |
A voz possui variados aspectos entre sua materialidade fônica e a subjetividade do falante, ou seja, é um dos objetos da expressão comunicativa de que o sujeito se vale para enunciar. Mas como significar a voz? Eis o desafio lançado nessa reflexão. Fato é que a voz figura um objeto multifacetado e escorregadio, o qual não se esgota numa única área do conhecimento. Entretanto, há um ponto em comum a todas as áreas que se interessam pela voz: ela pertence ao homem em sua mais íntima singularidade. Pode ser entendida como um índice de presença do sujeito na enunciação. Sendo assim, para pessoas transgênero, a voz reflete uma das características de maior acusação do gênero em transição. É queixa frequente entre a população trans, tornando-se demanda da clínica fonoaudiológica. Para a linguística, há uma lacuna no que diz respeito aos estudos sobre a voz, assim como para a filosofia e outras áreas de conhecimento. Contudo, já existem ensaios traçando interessantes aproximações entre voz e linguagem. O presente trabalho tem como objetivo uma reflexão sobre a voz da pessoa transgênero como uma importante ferramenta de identificação do sujeito. Busca-se apoio teórico nas obras de Bakhtin e do Círculo, que trazem definições de voz que não abordam apenas a materialidade física do som, mas, principalmente, a debatem a partir da questão social da linguagem, ponto crucial para mobilizar a discussão sobre a voz da pessoa transgênero. O discurso destes sujeitos está sempre permeado pelas relações sociais que os cercam, impactando em sua corporalidade e em sua voz. Além disso, para traçar uma análise teórica que permita perceber os efeitos de sentido fornecidos pela voz, impactando na questão da identidade de gênero, serão expostas breves vinhetas clínicas de pessoas transgênero que foram acolhidas pela autora durante atendimento fonoaudiológico. A partir dessas reflexões, dialogando com as teorias bakhtinianas, poderá ser desenvolvido outro olhar sobre as questões da voz onde se observam as marcas que ela produz na linguagem, tornando-se parte da constituição do sujeito falante. |