Arranjos afetivos, sexuais e econômicos nas tramas da prostituição entre homens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Hamann, Cristiano
Orientador(a): Hennigen, Ines
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251967
Resumo: Esta pesquisa de doutorado analisa arranjos relacionais na prostituição entre homens, possíveis nas tramas dos afetos, sexualidades e economias. Buscando problematizar estereotipias, romantizações e objetificações acerca do trabalho sexual, discute-se a prostituição como uma arena de jogos de poder na qual se delineiam formas de regulação normativa, mas na qual também se abrem espaços de agência e liberdade. O processo cartográfico elaborado se constituiu a partir de diferentes entradas em ambientes voltados para a prostituição: uma rua, um bar, duas saunas, e um site da Internet. Estes espaços, compreendidos como estratégicos para analisar os exercícios de gênero e sexualidade no mercado sexual, fizeram-se palco para formas variadas de experiência em relações abertamente monetarizadas. O processo de pesquisa realizado, compreendido como forma de aproximação do trabalho sexual enquanto artesania, indica que os arranjos relacionais na prostituição entre homens envolvem processos pedagógicos do sentir, transar e transacionar valores. A pesquisa demonstra ainda como as relações na prostituição entre homens se dão intrinsecamente associadas aos vetores prazer, trabalho e relacionalidade, aspectos materializados em práticas que constantemente se reorganizam e rearticulam. Esses elementos indicam como territórios do mercado sexual, tradicionalmente entendidos como vivenciados em fronteiras rígidas, se inscrevem em arranjos inesperados e controversos, explicitando fissuras normativas. Ainda que os sujeitos implicados não tenham por intensão produzir críticas ou afiliações ao panorama de regulação sobre os corpos, afetos e desejos, suas performances de gênero e sexualidade nos espaços acompanhados põem em questão os regimes discursivos tradicionais acerca da prostituição entre homens, especialmente quando pensados à luz de relações nomeadas por seus protagonistas como fixas.