Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Cavalheiro, Laísa Wociechoski |
Orientador(a): |
Fialho, Clarice Bernhardt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/104793
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Resumo: |
O gênero Atlantirivulus é um clado de rivulídeos não anuais, monofilético, diagnosticados morfologicamente pelo processo ventral do ângulo-articular curvo, um padrão de numerosos neuromastos infra-orbitais dispostos em zigue-zague e um pequeno ponto preto ocelado na porção dorsal da nadadeira caudal das fêmeas. Atlantirivulus riograndensis habita banhados e alagados nas proximidades a bordas de mata e corresponde a única espécie deste gênero registrada para o bioma Campos Sulinos. Estudos sobre alimentação e reprodução de A. riograndensis são inexistentes, embora necessários. Estas pesquisas contribuem na compreensão da história natural desta espécie e disponibilizam embasamentos teóricos à elaboração de estratégias à sua proteção e conservação de seus habitats naturais. Neste estudo são descritos a biologia reprodutiva e a ecologia trófica de A. riograndensis em um ambiente preservado, localizado no Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, bioma Campos Sulinos, no município de Viamão, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. As amostragens de material biológico ocorreram mensalmente, ao longo de 2012, com puçás, até a captura de 30 exemplares de A. riograndensis por mês. A dieta da espécie foi analisada qualitativamente com a classificação dos itens alimentares encontrados nos estômagos dos indivíduos e quantitativamente através do método volumétrico. A existência de uma estação reprodutiva definida foi identificada com base em análises histológicas das gônadas, nos valores do índice gonadossomático e na frequência das fases de desenvolvimento gonadal dos indivíduos. Atlantirivulus riograndensis apresentou um hábito alimentar autóctone e a preferência por Diptera e microcrustáceos. O consumo destes itens alimentares é influenciado pelo crescimento somático da espécie e pela sazonalidade. Os indivíduos menores ingerem microcrustáceos em maior quantidade e ampliam seu espectro alimentar conforme o aumento do comprimento padrão. A dieta da espécie apresenta-se mais restrita ao consumo de Diptera autóctone no inverno e mais diversa na primavera e no verão com a ingestão de outros insetos aquáticos. O período reprodutivo de A. riograndensis ocorre de agosto a março com picos de desova em novembro, dezembro e março. A espécie apresenta desova parcelada e maior investimento energético na produção de oócitos grandes em detrimento do número de oócitos presentes nos ovários, refletindo uma baixa fecundidade. Desta forma, conclui-se que A. riograndensis pode ser considerado um predador com tendência a insetívoria e um peixe com estratégia reprodutiva oportunista, apresentando período reprodutivo longo, desovas repetidas, baixa fecundidade e oócitos grandes. |