Literaturas indígenas : retomadas materiais e imateriais na era do antropoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dill, Luis Fernando Barbosa
Orientador(a): Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280541
Resumo: Essa pesquisa tem como foco as literaturas indígenas produzidas no Brasil na última década, com ênfase nas literaturas dramatúrgicas. Essas literaturas são analisadas partindo da compreensão de seu caráter de ativismo político que confronta o pensamento colonial arraigado na sociedade capitalista ocidental. Primeiramente, o trabalho faz uma revisão das teorias pós coloniais e decoloniais relacionando-as com as práticas literárias e discursivas de escritores e artistas indígenas. Em seguida, a partir de uma seleção de textos teóricos produzidos por autores indígenas e estudiosos não indígenas que pesquisam sobre o tema, é feita uma reflexão sobre o sentido de luta das literaturas indígenas como aliadas dos movimentos de retomadas de territórios ancestrais dos povos originários, relacionando estes movimentos com a preservação da natureza. Como exemplo da relação indissociável dos indígenas e a terra, e de seu fundamento preservacionista, é analisado o texto Yvyrupa – A Terra Uma Só (2022), de Timóteo Werá Popyguá, que apresenta o relato cosmogônico Guarani-Mbya. Na sequência, é apresentada a plataforma TePI, site dedicado a divulgar e reunir a produção teatral indígena do Brasil e da América Latina. Nos dois últimos capítulos, são analisadas duas obras teatrais, Tybyra – Uma Tragédia Brasileira, escrita por Juão Nyn, e Makunaymã – O Mito Através do Tempo, de Taurepang et al. Na primeira, a análise tem como eixos a questão da retomada da língua tupi-guarani como ruído no interior da língua portuguesa e a questão da repressão sexual imposta aos indígenas pelo colonialismo. Na segunda, destaca-se a crítica feita pelos indígenas ao Modernismo em relação a questões como apropriação cultural, o reforço de estereótipos sobre os indígenas e o elogio nacionalista à miscigenação feita por Mario de Andrade em Macunaíma (1928). Finalmente, concluiu-se que as literaturas indígenas trazem um Na segunda, destaca-se a crítica feita pelos indígenas ao Modernismo em relação a questões como apropriação cultural, o reforço de estereótipos sobre os indígenas e o elogio nacionalista à miscigenação feita por Mario de Andrade em Macunaíma (1928). Finalmente, concluiu-se que as literaturas indígenas trazem uma grande contribuição aos sistemas literário e acadêmico brasileiros e, ao mesmo tempo, fazem-nos repensar o modelo da sociedade ocidental capitalista que inaugurou a era do Antropoceno e produziu a crise climática atual.