Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Alonso, Andre Deak |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16140/tde-20102023-195153/
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Resumo: |
Mais de 60 anos depois de publicar Morte e Vida de Grandes Cidades (2018), Jane Jacobs ainda é uma referência para o urbanismo mundial. Vemos agora o discurso das smart cities reformularem a narrativa tecnocrata criticada por ela, em defesa não mais dos automóveis ou edifícios e de uma certa modernidade, mas de outra, ainda mais tecnoutópica. Esta pesquisa, iniciada em 2018 e intermediada por uma pandemia global, buscou como questão central o que seria uma cidade inteligente que fosse promotora da democracia. Foi feita uma varredura bibliográfica buscando 10 anos de artigos publicados, um processo de revisão sistemática através da extração massiva de dados em bases acadêmicas com milhares de artigos. O resultado aponta para indefinições conceituais e para o esgotamento deste discurso, sobretudo porque tem sido percebido como colonialista (FAUSTINO e LIPOLD; CASSINO, SOUZA e SILVEIRA) e tecnocêntrico (WILLIS, AURIGI), além de antropocêntrico (TSING, HARAWAY). O processo de pesquisa foi também uma contínua desconstrução epistemológica na medida em que foram percebidas as relações entre tecnologia e antropoceno e o quanto o próprio método de mineração de dados para realizar a revisão sistemática se aproximava de procedimentos coloniais de exploração e produção. A partir daí teve início uma investigação de epistemologias do Sul (SANTOS, MENESES) capazes de trazer novos olhares para o fenômeno não apenas das cidades inteligentes, mas da tecnologia e suas relações com grandes agrupamentos urbanos e o próprio humano, além de ter fundamentado também mudanças metodológicas. O resultado da pesquisa foi, além da percepção de que as smart cities têm sido sobretudo uma narrativa de colonização pelo design, uma abertura para repensar as tecnologias e seus usos e apropriações de maneiras mais antropofágicas, baseadas em modelos decoloniais, de resistência, de desobediência e resiliência. Aponta-se para um futuro das cidades mais democrático na medida em que inclua nele o pensamento, ações e tecnologias periféricas, negras, de mulheres, de povos originários e de todos aqueles que hoje estão à margem do discurso e do foco dos evangelistas de cidades ditas inteligentes. |