Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Soares, Joannie dos Santos Fachinelli |
Orientador(a): |
Lopes, Marta Júlia Marques |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/56234
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Resumo: |
Este estudo insere-se na pesquisa multicêntrica intitulada “Violência entre namorados adolescentes: um estudo em dez capitais brasileiras”. Buscou-se explorar e analisar a prevalência de violências nas relações afetivo-sexuais entre adolescentes de 15 a 19 anos de idade, estudantes de escolas públicas e particulares de Porto Alegre, e analisar o sistema de atenção à saúde, por eles referido. O estudo utilizou a abordagem quantitativa e, em sequência, a qualitativa. A população foi composta por estudantes do 2° ano do ensino médio de escolas públicas e particulares de Porto Alegre. Os dados foram gerados mediante inquérito epidemiológico aplicado a 283 adolescentes, de quatro entrevistas individuais e de seis grupos focais. Os dados quantitativos foram analisados através de descrição de frequências e do cruzamento de variáveis, com o auxílio do software SPSS versão 18.0. Para os dados qualitativos, utilizou-se o método de análise de conteúdo na modalidade temática, com o auxílio do software NVivo versão 9.2. Os resultados mostram que 86,1% dos participantes já foram vítimas e que 86,5% já praticaram algum tipo de violência nas relações afetivo-sexuais, 84% foram, ao mesmo tempo, vítimas e perpetradores de violências. A violência verbal foi a tipologia mais prevalente, com 85,5%, sendo mais frequente entre as meninas e os estudantes do ensino público. As ameaças foram mencionadas por 32,7% dos participantes, sem distinção entre os sexos e entre as redes de ensino. A violência relacional foi referida por 22,4% desses adolescentes, sendo mais frequente entre os meninos e entre os estudantes do ensino privado. A violência física foi apontada por 34,7% dos adolescentes. As meninas apareceram mais como perpetradoras e os meninos como vítimas, sem diferença significativa entre as redes de ensino. A violência sexual entre os casais adolescentes foi identificada por 53,3% dos participantes, sem distinção entre as redes de ensino. Entre os sexos, não houve diferença quanto à vitimização, mas os meninos apareceram como os perpetradores mais frequentes. Observou-se frequente ocorrência de sobreposição das violências psicológica, física e sexual. Constatou-se, também, que os adolescentes que sofrem ou praticam violências nos relacionamentos afetivo-sexuais são mais propensos a apresentar ideação suicida, principalmente para as meninas e para os estudantes da rede pública. Observou-se a presença de normas culturais de gênero que influenciam e legitimam algumas formas de violência entre os adolescentes. Apenas 5% dos adolescentes afirmaram já ter solicitado ajuda por problemas decorrentes de violência nas relações afetivo-sexuais. Em primeiro lugar, procuram os amigos (51,5%), e, em segundo, os familiares (36,7%). Os profissionais de saúde foram procurados por 12,1% dos adolescentes. Os resultados foram semelhantes aos encontrados no estudo nacional, com destaque para Porto Alegre, em relação à violência física sofrida e à legitimidade dessa forma de agressão, especialmente entre os meninos. Destacou-se a necessidade de tensionar as implicações do sistema de atenção à saúde nesses eventos, considerando-se a responsabilização e o comprometimento dos profissionais de saúde na prevenção das violências e promoção da saúde dos adolescentes. |