Violência por parceiro íntimo na adolescência: uma análise na perspectiva das categorias gênero, violência de gênero e geração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Brancaglioni, Bianca de Cássia Alvarez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-10052017-123646/
Resumo: Objetivo: Analisar a violência por parceiro íntimo na adolescência na perspectiva das categorias gênero, violência de gênero e geração. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem metodológica quantitativa. Os dados foram coletados em uma escola pública de Ensino Técnico e Ensino Superior do município de Curitiba. Participaram da pesquisa 111 adolescentes, com idade de 15 a 19 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento anônimo e auto preenchível, composto pela escala CADRI e por questões fechadas. Resultados: Constatou-se que 91% dos participantes relataram perpetrar no mínimo uma das naturezas de violência mensuradas neste estudo e 90,1% afirmaram ter sofrido pelo menos uma das naturezas de violência. A violência verbal/emocional apresentou as maiores frequências de perpetração (90,1%) e de vitimização (89,2%), seguida da violência sexual sofrida (32,4%) e perpetrada (27,9%), das ameaças sofridas (25,2%) e perpetradas (21,6%), da violência relacional sofrida (22,5%), da violência física perpetrada (22,5%) e sofrida (18%) e da violência relacional perpetrada (8,1%). Para quase metade dos participantes, a vivência e perpetração das agressões físicas e sexuais ocorreram em conjunto com a vivência e perpetração de violência psicológica. A violência por parceiro íntimo na adolescência constitui uma forma precoce de violência de gênero e as construções de gênero determinaram as agressões sofridas e perpetradas. Também parecem determinar a naturalização e legitimação dessas agressões. A desigualdade de poder entre as gerações pode determinar maior vulnerabilidade à violência por parceiro íntimo na adolescência. Além disso, a categoria geração permitiu compreender o surgimento de novas formas de perpetração e vivência de agressões determinadas pelas transformações históricas e sociais. Conclusões: A construção histórica e social da masculinidade e da feminilidade e as desigualdades de poder estabelecidas por essas construções confluem com a desigualdade de poder entre as gerações. Assim, gênero e geração são determinantes da violência por parceiro íntimo na adolescência, bem como da vulnerabilidade de adolescentes a esse fenômeno.