As fronteiras simbólicas e disputas identitárias no Festival Tafona da Canção Nativa de Osório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silveira, Pedro Leandro Scarparo
Orientador(a): Marques, Olavo Ramalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255002
Resumo: Os Festivais Nativistas, no contexto do Movimento Nativista Gaúcho, são eventos artísticos que consistem em concursos de música que visam fomentar a criação e produção cultural de cunho regional. Há nas canções concorrentes celebrações de identidades e delimitação de fronteiras simbólicas, pois vivificam mitos de origem e tradições inventadas, em letras, melodias, ritmos, estilos, gêneros musicais e performances no palcos, nas vestimentas escolhidas (algumas de caráter “obrigatório”), assim como no uso de instrumentos musicais específicos “pré-estabelecidos” pelo movimento como pertencentes ou não ao rol de elementos legitimados como atrelados ao “gaúcho”, num sentido de salvaguarda pelos “guardiões” da identidade gaúcha. Esta identidade, supostamente representante da “nação gaúcha” e que se tornou hegemônica nos meios de comunicação e espaços destinados à cultura, viveu intensa construção, transformação e apropriação a partir do final do século XIX no Rio Grande do Sul, e os festivais nativistas foram importantes veículos neste processo. Contudo, como campo de disputas identitárias, nesses mesmos festivais outras identidades emergem, desde que “permitidas” nas triagens ou por regulamentos que estipulam algum critério permissivo, como a que reserva espaço às canções decorrentes de pesquisa sobre determinada identidade formadora do povoamento do território onde acontece o festival. A presente dissertação examina o festival “Tafona da Canção Nativa de Osório” a partir da análise de canções, regulamentos, textos de intenções da administração e entrevistas com pessoas influentes em sua realização. Em meio ao Movimento Nativista, este festival abriu a possibilidade de se verem celebradas outras identidades além daquela do gaúcho “campeiro”, através da premiação destinada às canções decorrentes de pesquisa sobre “temas litorâneos”. Busca-se refletir sobre as identidades litorâneas que tiveram representação no festival, o que se fez ancorado nas teorias sobre identidade, etnicidade e grupos étnicos.