Canto livre? : o nativismo gaúcho e os poemas da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul

• Ano de defesa: 1999
• Autor(a) principal: Santi, Álvaro
• Orientador(a): Armando, Maria Luiza de Carvalho
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Regionalismo : Tradicionalismo : Nativismo : Movimento tradicionalista gaúcho (MTG) : História : Rio Grande do Sul; Folclore : Rio Grande do Sul Brasil; Música nativista : Rio Grande do Sul Brasil; Nativismo : Festival nativista : Rio Grande do Sul Brasil; Nativismo : Califórnia da Canção Nativa : Rio Grande do Sul; Literatura brasileira : Poesia folclorica : Critica e interpretacao; Gaucho : Identidade cultural; Cultura sul-rio-grandense; Análise textual; Métrica; Ritmo na canção nativista sul-rio-grandense; Rima na canção nativista sul-rio-grandense; Musica nativista : Vocabulario; Sujeito lírico na canção nativista sul-rio-grandense; Tempo verbal na cancao nativista sul-rio-grandense; Estilo literário; Temática da canção nativista sul-rio-grandense : Ensaio; Natureza na cancao nativista sul-rio-grandense; Mulher e negro na cancao nativista sul-rio-grandense
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/93345

Este estudo aborda o “Nativismo” gaúcho, fenômeno regional originado no Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), cujas manifestações artísticas mais importantes são os “festivais de música nativista”. O mais antigo desses festivais, a “Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul”, realizado anualmente em Uruguaiana desde 1971, tornou-se modelo para eventos semelhantes, em outras cidades do Estado. O estudo divide-se em duas grandes partes. A primeira reconstitui, em síntese inédita de depoimentos, artigos em jornais e outros textos, a história da “Califórnia...”, de 1971 a 1989; apontando ainda para suas origens em movimentos regionalistas do século XIX. Na segunda, comenta-se os resultados da análise dos textos das sessenta e sete canções premiadas pelo Festival, no mesmo período. Não dispondo de fonte fidedigna dos textos, foi necessário fixá-los mediante consulta a fontes orais e escritas. A análise mostrou uma complexa, por vezes contraditória relação entre canções e textos programáticos dos movimentos citados. O mesmo acontece em relação à poesia folclórica brasileira e à Gauchesca Platina, tradições que são atualizadas pelas canções, com a consciência possível aos poetas que têm de se submeter aos regulamentos dos festivais. No campo da comunicação de massa, tais canções reforçam e renovam uma identidade cultural gaúcha também contraditória que, contendo ainda fortes índices de idealização, revela dados de modernidade capazes de seduzir a população urbana e superar o estigma de “grossura” que há três décadas pairava sobre a arte regional.