Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Carine Winck |
Orientador(a): |
Stephanou, Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/49847
|
Resumo: |
Trata-se de estudo sobre o fenômeno da literatura de autoajuda que consta entre as práticas de leitura de autoformação de professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Toma como ponto de partida o atual cenário profissional da educação, caracterizado simultaneamente pelos imperativos da constante atualização e pela desvalorização dos professores. Neste contexto encontra-se em circulação uma farta literatura baseada no modelo da autoajuda (WERNECK, 1996; CHALITA, 2001; TIBA, 2002; CURY, 2003), dirigida aos professores (e a quem interessar ou “julgar-se” educador), com o fim de proporcionar receitas para a obtenção do sucesso pessoal e profissional, além de apresentar-se como alternativa de leitura que visa amenizar frustrações e insatisfações. A primeira hipótese desta pesquisa refere-se à afirmação de que o livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes (CURY, 2003) vem sendo um dentre aqueles mais lidos ou conhecidos entre as professoras que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental, ou seja, formadas em cursos de Pedagogia. O estudo não intenta opor-se a essa leitura de livros de autoajuda pelas professoras, mas objetiva compreender suas razões, indagar em que medida esta literatura é percebida como apoio pedagógico ao invés de um apoio de reflexão. Inspirando-se nos pressupostos teóricos e conceitos da história cultural relativamente à cultura escrita, nos marcos da história do livro e da leitura, o estudo lança uma mirada contemporânea a esse fenômeno a partir de três questões intimamente relacionadas: formação e autoformação de professores; práticas de leitura de professores; literatura de autoajuda no campo da Educação. A investigação foi realizada a partir de 69 questionários e seis entrevistas semiestruturadas colhidos junto a seis escolas de Porto Alegre/RS, sendo duas privadas, duas públicas estaduais e duas públicas municipais. A problematização pautou-se, em especial, nos estudos de autores como Roger Chartier, António Nóvoa, Francisco Rüdiger, Arnaldo Chagas e Arquilau Romão. As narrativas das professoras possibilitaram constatar que estas aceitam a literatura de autoajuda como leitura legítima no campo da Educação. Para essas professoras, as publicações desse gênero têm sintonia com suas expectativas. Para fins de análise, a leitura foi concebida como uma prática complexa, não há significados estáveis nos textos, mesmo naqueles tão prescritivos quanto à literatura de autoajuda. As professoras leitoras inventam muitos sentidos ao que leem, ao que fazem posteriormente com essas leituras, ao que escolhem dentre o que lhes é oferecido pelo mercado editorial. A leitura se apresenta, para as professoras participantes da pesquisa, como uma prática fundamental à produção de suas identidades e intervém sobre como se percebem na condição de educadoras, sobretudo a partir dos modos como são narradas pelos autores de autoajuda cujos textos comparecem dentre suas práticas de leitura. |