Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Juanita Natasha Garcia de |
Orientador(a): |
Closs, Thaísa Teixeira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/230604
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Resumo: |
O presente estudo sistematiza a abordagem da questão social e suas expressões na condição, modo de vida e organização política de mulheres residentes de uma ocupação urbana organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, na interface com a luta pelo direito à cidade. Foi desenvolvido a partir de pesquisa qualitativa, com a adoção da metodologia de História Oral, ancorada no método dialético-crítico. Por meio de entrevistas vídeo gravadas e registros fotográficos realizados com mulheres que residem na Ocupação Povo Sem Medo, as trajetórias de vida evidenciam as contradições engendradas pelo modo de produção capitalista, num cotidiano permeado de desigualdades e resistências sociais. Trata-se de uma angulação de pesquisa ainda pouco explorada na área de Serviço Social, que pode subsidiar novas estratégias de trabalho, tendo como centralidade a análise da questão social, em suas múltiplas expressões na cena contemporânea, a partir dos subsídios teóricos da teoria social marxista, destacando-se a relevância da produção de Henri Lefebvre acerca das noções de direito à cidade e cotidiano. Enquanto resultados, verificou-se no conjunto de depoimentos que as experiências do estigma da identidade sem teto, dos processos de exclusão mediados pela pobreza, conferem unidade às histórias de vida sobretudo no que tange um universo coletivo onde são gestados os sonhos e esperanças. Nesta perspectiva podemos inferir que a discussão das condições de vida, foram evidenciadas a partir da interlocução do nível de acesso à moradia, trabalho e renda, como determinações que impactam diretamente no direito à cidade. Permeada pela construção de sociabilidades e modos de viver que emergem da vida cotidiana no âmbito coletivo e pautados por laços de solidariedade classista, as estratégias de lutas e resistências se apresentam como elementos essenciais à organização política das mulheres sem teto. Neste sentido, as experiências referem o método das ocupações de vazios urbanos que não cumprem com a função social de propriedade como principal estratégia utilizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto na disputa do espaço urbano como expressão da luta de classes. Os achados da pesquisa revelam também que no âmbito da produção científica na área de Serviço Social tal abordagem permanece diminuta, sobretudo em referência às lutas sociais travadas no contexto de ocupações urbanas. Sob a perspectiva de totalizações provisórias, compreende-se que se torna fundamental fortalecer as estratégias de lutas travadas pelas organizações políticas da classe trabalhadora, sobretudo na mediação do trabalho dos/das assistentes sociais em articulação com os movimentos sociais urbanos, apreendendo-as como ferramentas que conferem renovação política às bases organizativas dos coletivos sociais, no horizonte da radicalidade democrática e da emancipação humana. |