Psicologia, modernidade e modos de subjetivação: a questão do morador de rua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Falcade, Paulo Rodrigo Unzer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-24112014-112113/
Resumo: A presente dissertação se propôs refletir acerca da situação de vida dos moradores de rua da cidade de São Paulo. Da articulação entre aquilo que pode ser apreendido na experiência de observação participante em um Projeto da Prefeitura de São Paulo destinado a esta população, em conjunto com as teorias de Luis Cláudio Figueiredo, acerca das matrizes e dos modos de subjetivação modernos, procurou-se pistas que ajudassem a entender o quadro atestado pela última Pesquisa Censitária: contínuo aumento numérico da população em situação de rua. A composição de uma narrativa mnêmica foi o recurso adotado para recapitular situações vividas no interior do projeto e, também, no contato com os moradores de rua. O relato procurou resgatar algumas passagens marcantes desse contato direto, privilegiando aspectos que coincidiam diretamente com dificuldades enfrentadas pelo Projeto no cumprimento de seus objetivos. Paralelamente, procurou-se delinear a estrutura que embasa o Projeto. Para tanto, recuperamos a Política Nacional para Inclusão Social da Pessoa em situação de rua: documento princeps para o trabalho com esta população. A partir disso, estabelecemos a hipótese de que a manutenção da dramática situação do morador de rua estaria relacionada com uma insuficiência na formulação da questão que orienta os trabalhos direcionados aos mesmos. Esta hipótese nos levou a compreensão de que este tipo de problema (insuficiência da formulação de questões) é intrínseco a hegemonia daquilo que Frederic Munné denominou Paradigma da Simplicidade, que por sua vez, tal qual a Psicologia Científica, se constitui no interior da própria Modernidade. Assim, com a análise de um política pública direcionada a um problema social, objetivou-se lançar luz sobre algumas das lacunas possibilitadas pela própria estrutura da Modernidade, destacando o papel ao qual a Psicologia é convidada a ocupar para, a partir disso, exemplificar o modo pela qual a mesma deveria se pautar para contribuir com a superação do impasse ao qual perpassa nossa civilização