Microbiologia de aspirado traqueal de crianças traqueostomizadas e sua relação com dados clínicos em um hospital terciário do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Severo, Gustavo Vasconcellos
Orientador(a): Marostica, Paulo José Cauduro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204295
Resumo: Objetivos: Verificar a prevalência de Bactérias Potencialmente Patogênicas (BPP) e seu perfil de resistência antimicrobiana em aspirados traqueais de crianças com traqueostomia; comparar desfechos clínicos entre pacientes colonizados e nãocolonizados por BPP e com o número de bactérias colonizantes; Métodos: Foram incluídos todos os pacientes entre 0-18 anos que foram submetidos à troca de cânula de traqueostomia pela equipe de otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre outubro de 2017 e dezembro de 2018. Durante o ato da troca de cânula foi realizado aspirado traqueal e a secreção foi encaminhada para exame cultural e teste de susceptibilidade a antibióticos. Os dados clínicos foram pesquisados no prontuário eletrônico dos pacientes. Resultados: Foram elegíveis para o estudo 54 pacientes. Entretanto, o exame cultural não pôde ser realizado em 10 amostras devido à contaminação das mesmas por elementos de via aérea superior e foram considerados perdas. A prevalência de BPP no aspirado traqueal foi de 97,7% e somente em uma cultura não houve crescimento de BPP (2,3%); portanto, esta não foi incluída na comparação entre grupos. A mediana de idade foi de 3 anos e a mediana de idade na realização da traqueostomia foi de 9,3 meses. Pseudomonas aeruginosa foi a bactéria mais prevalente (56,9%) e apresentou resistência à gentamicina, à amicacina e ao cefepime em 36% 28% e 12% dos casos, respectivamente. A resistência da P. aeruginosa à gentamicina e ao cefepime teve associação com o número de classes de antibióticos utilizados nos 12 meses precedentes da coleta (ambos p=0,04) e também com o número de internações hospitalares no mesmo período de tempo, sendo mais prevalentes naqueles que internaram duas ou mais vezes (p=0,03 e p=0,02, respectivamente). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os pacientes colonizados por P. aeruginosa e aqueles colonizados por outras cepas. Staphylococcus aureus foi encontrado em 9,1% das culturas, sendo que nenhum deles era Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Conclusão: A prevalência de BPP foi de 97,7%, sendo que a principal bactéria colonizante foi a P. aeruginosa e não houve crescimento de MRSA. Além disso, os dados sugerem uma associação entre a resistência antimicrobiana da P. aeruginosa com o uso prévio de antibioticoterapia e com o número de internações hospitalares.