Cultura política da elite e a estabilidade da democracia : um estudo comparativo entre as crises de 1972 e 2002 no Uruguai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Castro, Rodrigo Enrich de
Orientador(a): González, Rodrigo Stumpf
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/258620
Resumo: Na América Latina, onde o regime democrático tem enfrentado dificuldades para se consolidar, o Uruguai tem mantido uma democracia estável ao longo do século XX, com exceção do período da ditadura militar (1973-1985). Desde a redemocratização o país conta com altos níveis de apoio ao regime democrático entre a população e estrito respeito às regras do jogo democrático entre a elite política. Esta tese buscou, a partir de um estudo de caso com a utilização do process tracing, analisar de que modo o comportamento da elite política uruguaia afetou a estabilidade da democracia no Uruguai em duas conjunturas críticas. Assim, a hipótese trabalhada é de que uma elite política com uma cultura política democrática é necessária para um regime democrático estável. Com base na literatura, argumentamos que os mecanismos causais pelos quais a elite política afetou a democracia foram: o apoio ao regime, a moderação e a lealdade. Os atores políticos selecionados, nas duas conjunturas, foram o presidente da república e lideranças da oposição e do governo. A primeira conjuntura crítica avaliada ocorreu entre março de 1972 e fevereiro de 1973, com o aprofundamento da crise política e social. A segunda entre fevereiro e agosto de 2002, o momento auge da crise econômica e social. Na primeira conjuntura, houve uma radicalização da crise, agravada pelas atitudes e comportamentos de parte da elite política, culminando no golpe de Estado de junho de 1973. Na segunda conjuntura a elite política conseguiu chegar a acordos básicos que fortaleceram o regime democrático e encaminharam uma saída política para a crise. A partir das evidências analisadas, pode-se concluir que o comportamento dos atores políticos selecionados teve papel fundamental no desenrolar das crises, especialmente em relação ao comportamento dos presidentes da república e dos líderes oposicionistas nas duas conjunturas.