Por que meditar? : a relação entre o tempo de prática de meditação, o bem-estar psicológico e os traços de personalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Menezes, Carolina Baptista
Orientador(a): Dell'Aglio, Debora Dalbosco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15910
Resumo: Este estudo investigou a relação entre o tempo de prática de meditação e o bem-estar psicológico, controlando para traços de personalidade, assim como a experiência subjetiva dos meditadores acerca dos efeitos de sua prática no seu cotidiano. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Saúde Geral de Goldberg, a Bateria Fatorial de Personalidade e um Questionário Sociodemográfico contendo uma pergunta aberta sobre a percepção dos efeitos da meditação e itens para definição operacional de meditação. A amostra, selecionada por conveniência, constituiu-se de praticantes da meditação passiva - sentada e silenciosa - cuja experiência variou entre um e 420 meses. Os resultados obtidos através das análises de conteúdo quantitativa, de regressão linear múltipla e regressão de Poisson foram convergentes, indicando que a prática meditativa pode produzir efeitos psicológicos positivos. Foi observado que quanto maior o tempo em meses e a freqüência semanal da prática, maior o bem-estar psicológico. Também foi verificada uma interação entre meses e freqüência semanal, sugerindo que para as pessoas que meditam 6/7 vezes por semana, os escores de bem-estar psicológico não diferiram estatisticamente entre os praticantes considerados iniciantes, intermediários e avançados. Extroversão, neuroticismo e realização são os traços de personalidade que possivelmente mediaram o efeito da meditação sobre o bem-estar, sendo que o primeiro teve uma associação positiva com o desfecho e os dois últimos uma associação negativa. Além disso, a experiência subjetiva da prática de meditação, segundo os participantes desta pesquisa, se reflete predominantemente na percepção de benefícios cognitivos e emocionais. Estes achados corroboram outros estudos e apóiam a idéia de que a meditação pode ser uma ferramenta para o cultivo do bem-estar. Por fim, sugere-se que mais estudos sejam realizados no Brasil e que a prática meditativa pode ser considerada uma ferramenta útil para o contexto clínico em saúde mental.