“O vestibular nunca acaba pra nós” : trajetória acadêmica e inserção profissional de diplomados da UFRGS beneficiados pela política de cotas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nascimento, Wagner Lemes do
Orientador(a): Rosenfield, Cinara Lerrer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/184663
Resumo: O mercado de trabalho brasileiro é marcado por um contexto de reprodução do racismo e da desigualdade racial, os quais criam distâncias persistentes entre brancos e negros em seu interior. Diante do importante papel da educação como forma de garantir melhores posições na estrutura ocupacional, a política de cotas, uma política pública de acesso ao ensino superior, representa instrumento capaz de minorar as disparidades de cunho racial existentes na esfera produtiva. A presente dissertação versa sobre a trajetória acadêmica e a inserção profissional de diplomados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul beneficiados pela política de cotas. Realizamos um total de 24 entrevistas semiestruturadas, objetivando compreender como as desigualdades de cunho racial existentes na sociedade brasileira, em geral, e no mercado de trabalho, em particular, incidem sobre a trajetória de profissionais negros beneficiados pela política de cotas sociorraciais, em comparação com os profissionais brancos beneficiados pela política de cotas sociais. Constatamos que o acesso ao ensino superior representou para ambos os grupos o alargamento do campo de possibilidades, tendo permitido à maioria um aumento de escolarização em relação aos pais. No que diz respeito à dimensão racial, os interlocutores negros sofreram discriminação tanto ao longo de sua trajetória acadêmica quanto posteriormente, em sua busca por emprego. No entanto, os mesmos criaram uma série de estratégias de resistência à discriminação racial como forma de permanecer na universidade, além de se engajarem na luta antirracista através de sua atuação profissional.