A experiência da maternidade na gravidez múltipla concebida com auxílio de técnicas de reprodução assistida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ribeiro, Fernanda Schmitt
Orientador(a): Lopes, Rita de Cassia Sobreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/117113
Resumo: A impossibilidade de engravidar pode desencadear consequências psíquicas importantes, visto que barra a mulher no momento em que ela sente-se pronta para vivenciar a experiência da maternidade. Nesse sentido, a reprodução assistida vem possibilitando a maternidade para aquelas que não conseguiam conceber uma criança naturalmente. Contudo, percebe-se que os impactos emocionais não estão restritos à descoberta da infertilidade, estando presentes durante o processo do tratamento. Assim, para aquelas que obtiverem sucesso no tratamento, questiona-se a configuração da experiência de maternidade em meio a este contexto, que muitas vezes está atravessado por outro aspecto: a gravidez múltipla. Para abordar este fenômeno de forma ampla, foram realizados dois estudos. O Estudo 1 tinha como objetivo investigar a experiência da implantação de múltiplos embriões em mulheres que se submeteram à técnica FIV. Para tanto, foram analisadas entrevistas de mulheres que se submeteram à FIV e que mencionaram esta questão de implantação de múltiplos embriões espontaneamente. As entrevistas ocorreram no 3º trimestre gestacional destas participantes, contando inicialmente com 21 mulheres, restando após a seleção que discriminou as que não haviam trazido este tema 14 participantes. Percebeu-se que o tema da experiência da implantação em si foi comum estando presente nos relatos das 14 mulheres. Contudo, a gravidez múltipla despertara vivências distintas em relação à gravidez singular, pois na gravidez singular fantasias quanto à implantação de múltiplos embriões foram vivenciadas, mas nas mulheres que conceberam uma gravidez múltipla estas tinham se tornado concretas, de forma que estas mulheres pareciam estar se preparando para maternidade com mais de um bebê. O Estudo 2 tinha como objetivo investigar a experiência da maternidade de uma gravidez múltipla nesse contexto. Para tanto, contou com três mulheres que estavam no seu 3º trimestre gestacional. Neste estudo, ficou evidenciado o sofrimento destas mulheres ao se defrontarem com a infertilidade conjugal e ao se submeterem a tratamentos invasivos. Contudo, verificou-se que a experiência da gravidez pode reprimir este sofrimento para que estas mulheres vivenciem integralmente a experiência da maternidade. Neste sentido, este estudo levantou a discussão de que as TRA se configuram como uma forma distinta de concepção, entretanto, não levam a uma forma distinta de maternidade.