Níveis séricos de BDNF e S100B em pacientes com dor crônica e síndrome de sensibilização central com lesão estrutural presente e ausente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Leite, Fabrício Moura
Orientador(a): Caumo, Wolnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/178978
Resumo: INTRODUÇÃO: A Síndrome de Sensibilização Central (SSC) engloba alterações fisiopatológicas decorrentes da plasticidade neural mal adaptativa associadas a doenças que cursam com dor crônica. Doenças com diferentes espectros como aquelas com persistente nocicepção somática ou visceral, como osteoartrite (OA) e endometriose, ou síndromes com ausência de patologia estrutural como cefaleia crônica tensional (CCT) e fibromialgia (FM) podem apresentar SSC. Marcadores de atividade do SNC estão sendo estudados com intuito de elucidar os mecanismos diferenciais associados a essas patologias, dentre eles a atividade da proteína S100B e a neurotrofina BDNF. Esses marcadores podem estar associados a vias específicas da atividade nociceptiva. OBJETIVOS: Verificar a associação entre proteína S100B e a neurotrofina BDNF em pacientes portadores de dor crônica com SSC e lesão nociceptiva somática/visceral persistente com portadores de dor crônica com SSC sem lesão estrutural e com controles saudáveis. METODOLOGIA: Estudo transversal com 315 pacientes femininas, que comparou os níveis séricos de S100B e BDNF em 124 pacientes com SSC persistente [osteoartrite (88), endometriose (36)], 150 pacientes com SSC e lesão estrutural ausente [Fibromialgia (117), Cefaleia Crônica Tensional (33)] e 41 controles saudáveis. Os níveis de dor foram avaliados por meio da escala análogo visual de dor (EAV) de 0 (sem dor) a 10 (dor insuportável). Os grupos foram comparados por análise de variâncias (ANOVA). RESULTADOS: No grupo FM (M=38,92 ; DP=19,8) e CCT (M= 37,54; DP=17,3), observou-se níveis maiores de BDNF quando comparado ao grupo OA (M=25,17; DP=10.4), endometriose (M=24,03; DP = 8,41) e controles (M=23,17; DP=8,85), P < 0,05. Quanto ao S100B, os grupos FM (M=19,4; DP=9.71) e CCT (M=14,82; DP=4,63) apresentaram menores níveis da proteína do que os grupos OA (M=23.99; DP=11,06) e controles saudáveis (M= 11,23; DP=8,27), porém o grupo endometriose (M=20,27; DP=10,07) apresentou níveis semelhantes da proteína quando comparado ao grupo FM, P<0,05. Os pacientes do grupo de endometriose apresentaram menos dor na EAV (M=5,2; DP=1,36) quando comparado aos demais grupos FM (M=6.95; DP=1.76) , AO (M=5.54; DP= 2,4) e CCT (M=6,24; DP=1.49), P<0,05, já o consumo de analgésicos foi significativamente maior no grupo de pacientes fibromialgicas onde 83% consumiram > 3 doses/semana. CONCLUSÃO: Os dados demonstraram um aumento nos níveis de BDNF no grupo de patologias sem aferência nociceptiva persistente. Já no grupo de pacientes com persistência de lesão estrutural não foi encontrado o predomínio de um marcador, sendo observado um discreto aumento do S100B em relação ao BDNF. Os achados demonstram que o BDNF está associado a dor crônica sem lesão estrutural, já a S100 não pode ser considerada um marcador diferenciado para cenários específicos de dor crônica.