Esporotricose humana, felina e zoonótica na Região Metropolitana de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Driemeier, Rosane Maria Sordi
Orientador(a): Ferreiro, Laerte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/225756
Resumo: As micoses subcutâneas são doenças causadas por uma ampla variedade de fungos que após implante traumático, invadem tecidos cutâneo e subcutâneo. A esporotricose é uma micose subcutânea, subaguda ou crônica, causada por diferentes espécies do gêneroSporothrix, que apresenta distribuição mundial. As lesões são frequentemente restritas à pele, tecido subcutâneo e vasos linfáticos adjacentes, mas há relatos de infecções pulmonares primárias, osteoarticulares e conjuntivas, bem como disseminadas. É adquirida pela manipulação de material contaminado como vegetação e, especialmente, pelo contato com gatos infectados. Ocorre em microrregiões do Sul, Sudeste e especialmente na cidade do Rio de Janeiro, onde a esporotricose é endêmica. Entretanto dados sobre casos de esporotricose nas áreas metropolitanas da região sul do país ainda são escassos. Desta forma, este estudo bouscou realizar um copilados dos dados disponíveis para a estimar a ocorrência de esporotricose humana, felina e zoonótica em algumas cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Com este objetivo foi realizado um levantamento retrospectivo da esporotricose felina diagnosticada em dois setores da Faculdade de Veterinária da UFRGS. Os dados de pacientes humanos foram obtidos através de consulta a laboratórios de Micologia de dois Hospitais localizados em Porto Alegre e a algumas Secretarias da Saúde de cidades da RMPA. Foram analisadas 256 amostras de felinos com lesões dermatológicas suspeitas de esporotricose e identificados 104 (40,6%) casos positivos, cujo diagnóstico foi realizado através das técnicas isoladas ou associadas de citologia, histopatologia e cultivo. O uso da PCR permitiu caracterizar 21 isolados como Sporothrix brasilensis, dados que corroboram outros trabalhos já descritos na literatura nacional. Trabalhos recentes descrevem novas espécies isoladas de casos clínicos em humanos e animais enfatizam que existem diferenças quanto à susceptibilidade e, provavelmente ao grau de patogenicidade das mesmas. No âmbito desse estudo, foi possível coligir dados de 44 casos de esporotricose humana e 29 de esporotricose zoonótica. É muito provável que, dentre os casos reportados como só acometendo humanos, em muitos deles a infecção tenha sido contraída de gatos contaminados. Em relação a esses dados sobre esporotricose em humanos, é preciso enfatizar que, por diversas razões, os mesmos podem ser considerados como subnotificados. É preciso envidar esforços para que haja uma coordenação estadual que elabore um questionário padrão a ser distribuído para todos serviços de saúde e de Hospitais para que esta micose subcutânea, mas que pode causar óbito em paciente imunodeprimido, seja considerada como doença de notificação compulsória no Rio Grande do Sul à semelhança do que já ocorre em alguns municípios e estados brasileiros.