Investigação do gênero Sporothrix em populações felinas de diferentes áreas do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Macedo, Pãmella Antunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6131
Resumo: A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo do gênero Sporothrix spp. e acomete tanto o humanos como animais em diferentes graus. Sua transmissão ocorre por meio do trauma cutâneo durante o manuseio de plantas e solos contaminados com o agente, porém o perfil desta transmissão tem se modificado aumentando o papel do felino doméstico como principal transmissor dessa micose, principalmente no estado do Rio de Janeiro. É fato conhecido que em nenhum outro lugar do mundo a esporotricose assumiu magnitude epidêmica como ocorrido neste estado. O presente trabalho pretende investigar a prevalência da colonização e da infecção por fungos do Complexo Sporothrix schenckii em gatos saudáveis e com esporotricose, bem como determinar as características morfológicas e bioquímicas em isolados da região metropolitana e das regiões Centro-Sul, Serrana e Leste Fluminense. Foram incluídos nesta pesquisa 371 felinos, sendo 175 saudáveis (GPC: Grupo Pesquisa de Colonização), 104 com diagnóstico confirmado de esporotricose (GE+: Grupo Esporotricose Positivo) e 92 sem confirmação laboratorial da doença (GE-: Grupo Esporotricose Negativo). A maioria deles era macho não castrado com livre acesso a rua, sem diferença entre as regiões estudadas. Do GPC somente foi recuperado o Sporothrix spp. da cavidade oral de um felino (0,57%), do GE- quatro animais estavam colonizados em unha e/ou cavidade oral (4,3%), enquanto o maior índice foi encontrado no GE+ (39,4%). Dos isolados obtidos a partir desses animais, 75 deles foram selecionados para análises bioquímicas e morfofisiológicas. Todos os isolados apresentaram perfil bioquímico compatível ao descrito para o S. brasiliensis. A taxa de crescimento das colônias em cultura a 37ºC foi diferente entre as áreas estudadas, com menor crescimento nessa temperatura obtido dos fungos que infectavam os animais residentes na Região Serrana e Zona Oeste da capital. Dois isolados do Sporothrix spp. que apresentaram macromorfologia distinta em cultura, foram também mais ovais e maiores em relação aos demais quanto à morfometria conidial. Muito embora as marcantes diferenças ambientais, climáticas e demográficas entre as áreas geográficas aqui incluídas, a esporotricose parece ser uma endemia com características uniformes neste estado em seus aspectos clínico-epidemiológicos. Os resultados do presente estudo sugerem que os felinos sadios não têm papel importante na transmissão da esporotricose enquanto que os portadores da esporotricose são igualmente colonizados em unhas e na cavidade oral. As diferenças macro e micromorfológicas observadas entre isolados obtidos a partir de um mesmo felino sugerem infecção por mais de um clone do Sporothrix spp. Já a diferença verificada quanto ao crescimento a 37ºC pode ser atribuída às diferenças climáticas entre as áreas estudadas ou mesmo possível origem clonal distinta. Apesar do S. brasiliensis ter sido a única espécie identificada nas populações felinas estudadas as diferenças aqui observadas sugerem variabilidade intraespecífica, que deve ser investigada por meio de ferramentas moleculares direcionadas.