Caracterização microbiológica de pele alógena : proposta de novos métodos de tratamento antimicrobiano para sua utilização como aloenxerto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Meneghetti, Karine Lena
Orientador(a): Corção, Gertrudes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193000
Resumo: A disponibilidade de aloenxertos de pele é comprometida devido à contaminação microbiana que persiste às práticas de descontaminação e aos tratamentos antimicrobianos mais comumente utilizados pelos bancos de pele. Com o objetivo de obter melhor compreensão sobre os contaminantes bacterianos e fúngicos de aloenxertos de pele e a padronização de um tratamento antimicrobiano mais eficaz, o presente estudo avaliou 32 amostras de peles alógenas humanas disponibilizadas pelo Banco de Pele Dr. Roberto Corrêa Chem da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que já haviam sido descartadas devido contaminação microbiana. Após isolamento, a identificação por espectrometria de massa por ionização e dessorção a laser - tempo de vôo (MALDI-TOF) revelou que os principais contaminantes foram bactérias Gram-positivas incluindo os gêneros Bacillus, Staphylococcus e Paenibacillus sp. A partir dos resultados do perfil de susceptibilidade a seis diferentes classes de antimicrobianos observou-se vários perfis de resistência, incluindo de multirresistência entre os isolados. Surpreendentemente a maioria dos isolados foi susceptível a pelo menos um dos antimicrobianos usados no banco de pele (estreptomicina e/ou penicilina). Todos os isolados foram susceptíveis à amicacina, gentamicina e tetraciclina, que também mostraram melhor potencial inibitório com base nos resultados de concentração inibitória mínima (CIM). Detectou-se através da técnica de cristal violeta que vários isolados eram formadores de diferentes níveis de biofilme. No intuito de ampliar o estudo, alguns desses isolados e isolados de peles não alógenas (incluindo bactérias Gram-negativas) foram avaliadas, no estado planctônico, quanto ao efeito bactericida de seis diferentes coqueteis antimicrobianos, sendo que as combinações de penicilina, gentamicina, ceftazidima e penicilina, gentamicina, ceftazidima, tetraciclina apresentaram os melhores resultados. Contudo, através da análise por microscopia eletrônica de varredura, observou-se que nenhum desses dois coqueteis foi capaz de eliminar por completo a contaminação por bactérias em estado de biofilme sobre peles alógenas. Através da análise por agrupamento foi identificada a espécie de isolados de Bacillus que não haviam sido identificados por MALDI-TOF, além de terem sido encontrados grupos de Bacillus sp. que se distribuíram de acordo com as a origem, sugerindo populações distintas em peles alógenas e não alógenas. Foram isolados os fungos filamentosos Paecilomyces sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp, com CIMs a anfotericina B que variaram de 0,0625 a 4 μg/mL, sendo que 68.4% dos isolados fúngicos apresentaram valores de CIM >1 μg/mL. Diversos fatores não relacionados a expressão de resistência a antimicrobianos podem estar contribuindo para a persistência da contaminação bacteriana. Contudo, a observação de isolados multirresistentes evidencia a necessidade de um monitoramento da resistência dentro dos bancos de tecidos.