Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Tussi, Fernanda Pivato |
Orientador(a): |
Victora, Ceres Gomes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/24845
|
Resumo: |
A questão do aborto provocado no Brasil envolve discursos de diversas ordens, definindo um contexto marcado por disputas políticas em debates polêmicos. Por um lado, a problemática do aborto pressupõe um recorte de gênero específico, pois remete imediatamente ao corpo da mulher. Por outro, refere-se a um conjunto de relações mais amplas, centrado especialmente no(s) sentido(s) de família, como dimensão fundamental a ser investigada com vistas ao entendimento dos contextos de gravidez. A partir de uma metodologia qualitativa de orientação etnográfica foi desenvolvido trabalho de campo com dois grupos. Em um deles, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com treze mulheres da região de Porto Alegre/ RS que interromperam a gestação em condições ilegais. No outro, foram feitas entrevistas com diversas pessoas que estiveram envolvidas em um caso de indiciamento judicial de uma Clínica de Planejamento Familiar em Campo Grande/MS. Também foram analisados materiais veiculados na mídia sobre os debates que envolvem a prática de aborto. Foi possível perceber que o caso do indiciamento abrange aspectos sociais e políticos, que não a restrita punição das mulheres que interromperam a gestação. Além disso, procurou-se demonstrar a rede familiar e o contexto na qual a gravidez não planejada está inserida, além das formas de punição corporificadas para as mulheres que abortam. O conjunto de dados mostra, tanto a desconexão dos discursos legais, dos movimentos sociais e da realidade das pesquisadas, como a interpenetração das esferas públicas e privadas no corpo das mulheres. Os resultados apontam para a necessidade de uma abordagem que assuma como central a experiência das mulheres, já que a questão do aborto é encoberta por ambivalências próprias do âmbito legal e moral. |