Tecnologias biomédicas e aborto em uma maternidade pública de Salvador - Bahia: estudo etnográfico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Mariana Ramos Pitta lattes
Orientador(a): McCallum, Cecília Anne
Banca de defesa: Aquino, Estela Maria Motta Lima Leão de, Menezes, Greice Maria de Souza, Silva, Rosana Maria Nascimento Castro, Luna, Naara Lúcia de Albuquerque, Sanabria, Emilia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37907
Resumo: A tese analisa as práticas de tecnologias biomédicas nos cuidados relacionados ao abortamento, em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, a partir de um estudo etnográfico. Trata-se de uma etnografia sobre as tecnologias que fazem parte do itinerário reprodutivo e abortivo e da atenção hospitalar pós-abortamento das mulheres em Salvador, Bahia, enfocando a ultrassonografia obstétrica (USG). Foram realizadas observações participantes em uma maternidade pública e em palestras e eventos da área de ultrassonografia, além de entrevistas em profundidade e informais com mulheres e profissionais de saúde. O argumento principal da tese é que as tecnologias biomédicas, ou tecnologias reprodutivas especificamente, incluindo a USG obstétrica, ao assumir diferentes agências, participam em relação com atores humanos, mulheres e profissionais, na produção de múltiplas realidades e saberes sobre as questões reprodutivas ou de controle da reprodução – entre elas a gravidez, o aborto – tendo em vista o espaço, tempo e camadas do corpo onde intervém e são praticadas, em locais específicos em que estão situadas. Nisso, as tecnologias instauram relações sociais, que são marcadas pelo próprio hospital, que é uma tecnologia englobante na atenção ao abortamento em Salvador. Analisa a produção de conhecimentos incorporados pelas mulheres ao longo do processo procriativo e abortivo, em relação com tecnologias, sobre o próprio corpo e o conteúdo que se forma no útero durante a gestação, visualização e sua expulsão. Mostra como a estratificação colabora na produção dessas realidades múltiplas, seja do ponto de vista dos profissionais de saúde ou das mulheres. Discute a relação entre o mercado de equipamentos, e as dicotomias entre os serviços públicos e privados. São analisadas as tecnologias biomédicas praticadas no hospital, entre estas, protocolos, fichas, USG e curetagem. Conclui-se que o hospital como tecnologia englobante – e as realidade múltiplas ali emergentes – participam da produção de (in)justiça reprodutiva (liberdade e justiça).