Influências químicas e físicas do ambiente na ocupação de abrigos artificiais por isópodos terrestres (ISOPODA, ONISCIDEA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Diego Costa Kenne da
Orientador(a): Soares, Geraldo Luiz Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255468
Resumo: Muitos são os fatores que regem as escolhas dos organismos no processo de seleção de habitats. A decisão de colonizar um espaço é o resultado da percepção que o indivíduo compila do cenário em que está inserido, o que reflete diretamente na distribuição das populações e comunidades. Em áreas degradadas, a ecologia da restauração elabora estratégias baseadas em aspectos da ecologia do movimento e da paisagem, investigando como recuperar a biodiversidade nesses locais. A técnica de nucleação é uma dessas alternativas, a qual consiste em disponibilizar abrigos artificiais nos espaços afetados, associados (ou não) a algum atrativo para grupos de fauna específica. Detritívoros são responsáveis pela maioria dos serviços ecossistêmicos do solo, além de potenciais colonizadores primários em áreas degradadas nos primeiros estágios de sucessão ecológica. A presente tese investigou a eficiência de combinações de elementos químicos e físicos do ambiente na dinâmica de ocupação de abrigos artificiais pela fauna edáfica, com foco nas respostas comportamentais de três grupos ecomorfológicos de isópodos terrestres (runner, clinger e roller). Foi necessária verificação da eficácia de métodos de marcação de isópodos, as quais permitissem o monitoramento e identificação de indivíduos em campo por recaptura. Nos Capítulo 1 e 2 foi possível observar a eficiência de esmalte de unha. O material exibiu durabilidade confiável de 15 dias e a sobrevivência dos animais ao processo de marcação variou de acordo com as características da cutícula de cada grupo ecomorfológico. O esmalte também não afetou a habilidade dos animais de ingerem alimento, tão pouco no comportamento locomotor e de agregação em experimentos de laboratório. Os Capítulos 3 e 4 avaliaram o comportamento dos isópodos frente à metabólitos secundários vegetais: flavonoide rutina na alimentação (isolado em um alimento artificial), e óleo essencial de Eucalyptus saligna na sobrevivência e seleção de microhabitats. As três espécies de isópodos demonstraram maiores taxas de ingestão nos tratamentos com menores doses de rutina. A seleção de microhabitats em arenas e a sensibilidade ao óleo essencial também foi relacionada às características de cada grupo ecomorfológico de isópodo, com grande destaque para a importância do comportamento de agregação na sobrevivência e na escolha de abrigos expostos ao volátil. No Capítulo 5 foram utilizados os resultados metodológicos (Cap. 1 e 2) e de avaliação dos parâmetros químicos e físicos (Cap. 2, 3 e 4) para o experimento em campo, combinando esses elementos a abrigos artificiais (papelão), observando os resultados tanto para isópodos como também para grupos mais abundantes de artrópodos de solo. Foram coletados 3457 indivíduos pertencentes a 18 grupos taxonômicos. Nas três áreas estudadas, as três espécies de isópodos ocuparam com maior frequência os abrigos com agregação pré-formadas de coespecíficos, o que corrobora com a eficiência da sinalização química e física em Oniscidea. Para outros grupos de fauna edáfica, na área 1 foi observada alta abundância de colêmbolos nas amostras de serapilheira (controle), aranhas ocorreram em maior número nos abrigos combinados à serapilheira artificial com exposição ao óleo essencial de E. saligna na área 2 e formigas foram encontradas em maior frequência nos abrigos sem aditivos na área 3. De modo geral, Araneae e Isopoda foram os principais colonizadores dos abrigos de papelão. A utilização da técnica de nucleação com esses materiais pode contribuir para experimentos de restauração que tenha enfoque em macrofauna de solo.