Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ehlers, Luiza Presser |
Orientador(a): |
Sonne, Luciana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/253889
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Resumo: |
As principais ameaças para os primatas não humanos compreendem processos de reduções de seus habitats ocasionadas por ações antropogênicas além de doenças infecciosas que podem estar relacionadas ao seu declínio populacional. Este trabalho teve como objetivo determinar as principais causas de morte em primatas neotropicais no Sul do Brasil, além de descrever aspectos epidemiológicos, patológicos, microbiológicos e moleculares da infecção de Mycobacterium tuberculosis em dois Sapajus nigritus. Durante o período de 2000 a 2018 foram realizadas 146 necropsias em primatas neotropicais, das quais 82,2% eram Alouatta guariba clamitans, 11,64% Sapajus nigritus, 2,05% Callithrix jachus, 2,05% Callithrix penicillata, 1,36% Alouatta caraya e 0,7% A. guariba clamitans x A. caraya. Do total de primatas analisados 63% eram de vida livre e 37% de cativeiro. O diagnóstico conclusivo foi possível em 74,65% dos casos e desses diagnósticos, 68 (62,4%) corresponderam a causas não infecciosas e 41 (37,6%) a doenças de origem infecciosa. Causas não infecciosas afetaram principalmente primatas de vida livre (89,7%), e as causas infecciosas, foram mais observadas em primatas de cativeiro (70,7%). A categoria traumas (57,8%) foi a mais frequente entre todas as causas de morte. Entre as doenças infecciosas, as de origem bacteriana (24,8%) foram a segunda causa de morte mais observada, seguida por parasitárias (11%). Doenças neoplásicas (1,8%) e virais (1,8%) foram menos frequentes. As causas de morte mais frequentemente diagnosticadas no período do estudo foram traumatismo, pneumonia e toxoplasmose. Levantamentos de causa de morte em primatas neotropicais no Brasil visam esclarecer e auxiliar na conservação de espécies de primatas e no cuidado da saúde pública, assim como, estimar o efeito das ações antrópicas nessas espécies. No segundo artigo realizou-se a descrição de tuberculose causado por M. tuberculosis em dois macacos-pregos (Sapajus nigritus) de cativeiro. Ambos primatas eram adultos, machos e viviam em um mesmo recinto, o qual permitia contato próximo de humanos. Os sinais clínicos compreendiam apatia, inapetência progressiva e um dos macacos apresentou dispneia. A morte dos dois primatas ocorreu em um intervalo de dois meses. Na necropsia, os pulmões exibiam dois padrões distintos: no primeiro macaco observou-se áreas multifocais nodulares amareladas, firmes de 0,5 a 2 cm de diâmetro, também observado em linfonodo mesentérico. O segundo macaco apresentava substituição quase total do parênquima pulmonar por áreas multifocais a coalescentes nodulares amareladas, firmes de 0,3 a 3 cm de diâmetro, também observado no pâncreas. Os linfonodos traqueobrônquicos e mediastínicos estavam acentuadamente aumentados de tamanho, firmes, e ao corte, exibia coloração amarelada e aspecto caseoso. Achados microscópicos de ambos primatas compreenderam a substituição do parênquima pulmonar por áreas multifocais a coalescentes de necrose caseosa circundada por intenso infiltrado granulomatoso, por vezes esse infiltrado estava envolto por discreta proliferação de tecido fibroso. Por vezes observa-se ainda nos pulmões e linfonodos granulomas não necróticos, caracterizados por infiltrado de macrófagos epitelioides, linfócitos, plasmócitos e células gigantes multinucleadas. A coloração de Ziehl-Neelsen e a imuno-histoquímica associados a identificação do agente por métodos moleculares e microbiológicos foram fundamentais para estabelecer o diagnóstico preciso da condição. |