A dinâmica da Febre Amarela na atualidade: reconhecendo perfis morfológicos, moleculares e epidemiológicos em primatas neotropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fernandes, Natália Coelho Couto de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-24042023-111158/
Resumo: A febre amarela (FA) é uma arbovirose imunoprevenível causada por um flavivirus, que acomete primatas não humanos e humanos. Os primatas neotropicais (PNT) são susceptíveis, com descrição de surtos nas espécies, e atuam como sentinelas para a vigilância da doença. Este trabalho pretendeu caracterizar a Febre Amarela nas populações de primatas, descrevendo a assinatura morfológica da doença nos diferentes gêneros da região geográfica estudada, e comparar com os seres humanos, além de caracterizar o papel destes animais na ecoepidemiologia da doença. Para isso, foram analisadas amostras de PNT recebidos no Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório de referência do diagnóstico da doença, durante a última epidemia na região sudeste (2016 a 2019). As amostras fixadas em formalina, foram emblocadas em parafina, submetidas à análise histológica e imuno-histoquímica com anticorpo anti-vírus da FA; as amostras congeladas tiveram o material genético extraído e amplificado por RT-qPCR. Dados epidemiológicos obtidos das fichas de encaminhamento foram compilados e analisados estatisticamente, além de geolocalizados em mapas. Como resultados, foi possível descrever a assinatura morfológica da FA nos diferentes gêneros, além da susceptibilidade dos mesmos ao vírus: Alouatta mostrou-se sensível, com elevada frequência relativa de óbitos por FA no período, lesões hepáticas graves e elevada carga viral. Já Callithrix mostrou-se resistente, com baixa frequência relativa de óbitos por FA, ausência de lesões típicas e baixa carga viral. Um caso atípico de animal do gênero foi descrito detalhadamente, pois impactou na vigilância do litoral norte paulista, além de padrão diferente de lesões hepáticas e distribuição de antígeno viral em fígado, coração e cerebelo. Os animais do gênero Callicebus mostraram sensibilidade ao vírus, apesar da ocorrência de casos sem lesões. As lesões, quando presentes, foram graves, com hepatopatia necrotizante. Houve presença de antígeno viral em fígado, baço e rim destes animais. Concluiu-se que os PNT são distintos em relação a FA e que a doença apresentou comportamento diferente nesta última epidemia, sendo importante uma abordagem de saúde única para compreensão da dinâmica viral.