Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bornia Junior, Dardo Lorenzo |
Orientador(a): |
Knauth, Daniela Riva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/193166
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Resumo: |
Este trabalho é o resultado de uma etnografia sobre relações não-monogâmicas no sul do Brasil. Termo “guarda-chuva”, não-monogamia designa uma série de grupos e práticas que se opõem à mononormatividade, ou seja, ao regime familiar, afetivo e sexual monogâmico, centrado no casal heterossexual e no amor romântico. Desde o final dos anos 80 e começo dos 90, com a emergência do poliamor nos Estados Unidos, houve uma difusão de grupos afins em vários países, reivindicando identidades políticas e defendendo moralidades e práticas não-monogâmicas. No Brasil, os grupos de poliamoristas aparecem a partir dos anos 2000. Na mesma década, surge a rede de relações livres, com atuação marcante no sul do país. De 2014 a 2018, acompanhei não-monogâmicos de Porto Alegre e região, observando atividades das relações livres e grupos não-monogâmicos em redes sociais, participando de encontros, festas e viagens e seguindo a rotina de vários interlocutores. Além disso, fiz vinte entrevistas, em que resgato as trajetórias afetivas e sexuais dessas pessoas, na intenção de captar a dimensão diacrônica de suas vivências. Desenvolvo a análise do campo em três capítulos: o primeiro, de trajetórias de três interlocutores; o segundo, de experiências não-monogâmicas comumente acionadas no meio como categorias importantes; e o terceiro, de (as)simetrias nas relações com base nos marcadores sociais da diferença. Assim, analiso a construção dos sujeitos nãomonogâmicos e de seus relacionamentos, considerando os seus desejos, afetos e moralidades, perpassados por acordos, tensões, negociações, expectativas, perspectivas e transformações. Para tanto, trabalho com as noções teóricas de experiência e diferença, em uma perspectiva de interseccionalidades, ou seja, de articulação de categorias/marcadores sociais da diferença na produção das relações. Ademais, trabalho com uma concepção discursiva de sujeito, que não essencializa a pessoa não-monogâmica, mas a trata como construção histórica e contingente, resultado de matrizes/dispositivos de poder de gênero e sexualidade. Visando avançar nessa questão, em todo caso, proponho uma discussão sobre agenciamento, analisando as relações e as consequentes possibilidades de agenciamento dos sujeitos, contingentes e limitadas, mas viabilizadas nas margens e brechas dos dispositivos de poder. |