Hipotensão ortostática, quedas e mortalidade intra-hospitalar entre pacientes idosos com e sem diabetes tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Beretta, Mileni Vanti
Orientador(a): Rodrigues, Ticiana da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259875
Resumo: A hipotensão ortostática (HO) é definida como a redução sustentada de, pelo menos, 20 mmHg da pressão arterial sistólica (PAS) e/ou de 10 mmHg da pressão arterial diastólica (PAD) dentro de três minutos após a adoção da ortostase. A queda pressórica diminui o fluxo sanguíneo cerebral e pode provocar sintomas como tonturas, náuseas, alterações visuais e até mesmo síncope. A HO é muitas vezes assintomática e tem relação com a disfunção autonômica primária (como a insuficiência autonômica pura e a insuficiência autonômica na doença de Parkinson) ou secundária (como a causada por polineuropatias associadas a presença de diabetes, doenças autoimunes ou uso de fármacos), além de outros fatores não neurogênicos, como a hipovolemia, função cardíaca deprimida e idade avançada. Estudos evidenciam a associação positiva entre HO e quedas, independente da população e desenho do estudo, qualidade, definição de HO e método de medida da pressão arterial. O Diabetes tipo 2 (DM2) é uma causa conhecida de HO e idade avançada é um fator predisponente. O avanço da idade traz consequências como redução da sensibilidade dos receptores responsáveis pela atenuação da resposta de frequência cardíaca e declínio da função do sistema nervoso autonômico. Evidências mostram que os pacientes com DM2 caem com mais frequência quando comparados aos indivíduos sem diabetes e o fato também pode ser explicado pelo número de medicamentos utilizados. Diante do exposto acima, o objetivo dessa dissertação foi avaliar a associação de quedas e mortalidade intra-hospitalar com a presença de HO em pacientes com DM2 e identificar se a HO avaliada em 1 minuto ou em 3 minutos pode predizer quedas e mortalidade. Para tanto, utilizamos uma análise secundária de um estudo prospectivo que incluiu pacientes internados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre julho de 2015 e dezembro de 2017, maiores de 60 anos e com até 48 horas de admissão hospitalar. Foram realizados teste de desempenho Timed Up and Go (TUG), a atividade física foi autorreferida e o nível de independência foi avaliado pelas atividades instrumentais da vida diária (AIVD). A presença de quedas foi identificada em prontuário e o risco de quedas foi através do questionário Morse preenchido pela equipe de enfermagem como rotina clínica. A HO foi avaliada através da aferição da pressão arterial nas 3 posições (decúbito dorsal, sedestação e ortostática), considerando como HO a redução de 20 mmHg na pressão arterial sistólica ou de 10 mmHg na pressão arterial diastólica. As análises foram realizadas pelo programa SPSS (versão 18), este trabalho foi aprovado pelo Comitê de ética do HCPA sob número 150068. Foram incluídos 306 pacientes com DM2 e 304 no grupo controle. Dentre os pacientes com DM2 houve uma maior prevalência de episódios de HO (68% vs. 31%; p<0,001), de sobrepeso (54,5% vs.38%, p:0,003), pacientes eram mais lentos no TUG (12.26 ± 3.16 vs 16.08 ± 5.96 segundos, p:0,001) e sofreram mais quedas (30% vs 10%; p<0,001) quando comparados ao grupo controle. Foram identificados como fatores de risco para quedas intra hospitalar: sedentarismo, presença de DM2, TUG (<20s) e HO. Após ajustes, pacientes com DM2 e com HO, apresentaram 2,7 vezes maior risco de queda intra hospitalar quando comparados aos pacientes idosos sem DM2 e sem hipotensão. A queda intra hospitalar é um agravante para os pacientes idosos. Nesta amostra, pacientes sedentários, mais lentidão no teste de caminhada (TUG) e pior cognição apresentaram maior risco de quedas. A prevalência de quedas foi maior em pacientes com DM2 e quando coexistente com a HO o risco de quedas dobrou.