A dinâmica dos engramas durante a consolidação, reconsolidação e extinção de memórias aversivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Luft, Jordana Griebler
Orientador(a): Alvares, Lucas de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277647
Resumo: As memórias, armazenadas em células do engrama, são essenciais para a evocação de experiências passadas, sendo sensíveis à modulação após a aquisição e passando por um processo de consolidação, que ocorre tanto em nível celular/sináptico quanto sistêmico/encefálico. Através da manipulação de engramas específicos, temos a possibilidade de compreender melhor a função das diversas estruturas envolvidas na formação e manutenção de memórias aversivas. Além disso, a evocação de uma memória pode desencadear procesos como a reconsolidação ou extinção. Sugere-se que o engrama original de uma memória seja reativado durante a reconsolidação para que essas informações possam ser atualizadas, no entanto, ainda existem debates em relação à natureza de memórias de extinção: um novo engrama é criado ou ocorrem modificações no engrama original de medo? Neste estudo, utilizamos o método Daun02, em ratos Wistar c-Fos-lacZ para induzir a apoptose de neurônios fortemente ativos, a fim de examinar se um novo engrama emerge como resultado de uma reativação curta ou longa, ou se esses processos dependem de modificações no engrama original localizado na amígdala basolateral (BLA) e córtex infralímbico (IL). Também avaliamos o papel de neurônios do córtex pré-límbico (PL) recrutados durante a consolidação para a evocação de memórias recentes e remotas. Ao eliminar neurônios ativos durante a consolidação e reativação, observamos impacto significativos na memória aversiva, destacando a importância do engrama da BLA nesses processos. Embora não tenhamos conseguido observar qualquer impacto após a remoção de neurônios ativos durante o teste de uma memória previamente extinta na BLA, a remoção do engrama de extinção do IL reativou a memória aversiva que havia sido suprimida pela memória de extinção. Assim, demonstramos que o córtex IL desempenha um papel crucial na rede envolvida na extinção de memórias, e perturbar essa conexão específica é suficiente para prejudicar essa memória. Além disso, nosso estudo indica que as memórias de extinção dependem da formação de um novo engrama, apoiando a teoria de que as memórias de extinção dependem da formação de uma nova memória, enquanto que a reconsolidação reativa o mesmo traço da memória. Observamos também que após o condicionamento aversivo, o engrama do córtex PL é dispensável para a evocação de memórias recentes, mas crucial para a evocação de memórias contextuais remotas. Os neurônios que constituem esse engrama são alocados durante a aquisição, e sua eliminação prejudica a evocação após a consolidação sistêmica. Este sestudo enriquece a compreensão da dinâmica do engrama de diversas estruturas em diferentes processos da memória.